Após três meses no posto, primeiro-ministro francês é derrubado em união entre esquerda e extrema-direita
Com decisão, governo de Michel Barnier torna-se o mais curto desde a fundação da Quinta República francesa em 1958
Foto: Reprodução/Instagram (@michelbarnier_)
O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, foi derrubado após parlamentares da esquerda e da extrema direita se unirem para aprovar uma moção de censura contra ele. Barnier foi nomeado pelo presidente Emmanuel Macron em setembro e, com essa decisão, o governo torna-se o mais curto desde a fundação da Quinta República francesa em 1958, com menos de 100 dias de duração.
Ao todo, 331 dos 574 deputados se posicionaram a favor da medida. A votação precisava do apoio de pelo menos 288 deputados para ser aprovada. Sozinhos, os grupos de oposição — extrema direita e o bloco de esquerda — somam quase 330 cadeiras.
Os franceses foram às urnas em junho para as eleições parlamentares. O bloco da esquerda venceu, barrando a favorita Reunião Nacional, da extrema direita, mas não alcançando a maioria necessária para formar governo. Macron, então, decidiu indicar Michel Barnier, um nome que nem sequer participou das eleições. Desde então, a insatisfação entre os parlamentares foi crescendo.
Macron tem agora duas alternativas: negocia com os partidos majoritários no Parlamento ou indica outro nome — o que pode gerar uma nova onda de protestos e desgastar ainda mais o governo dele.
Fontes do governo francês ouvidas pela agência de notícias Reuters afirmaram que o presidente francês deve arriscar o desgaste e indicar outro nome para ocupar o posto, e que novo premiê pode ser anunciado já no fim de semana.