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Após um ano do assassinato de Dom e Bruno, três acusados estão presos e investigações continuam

Processo está em fase de instrução

Por Da Redação
Ás

Após um ano do assassinato de Dom e Bruno, três acusados estão presos e investigações continuam

Foto: Reprodução / Rede Social

Nesta segunda-feira (5), completa um ano do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na região do Vale do Javari, no Amazonas. O Ministério Público Federal (MPF) tem atuado em várias frentes para realizar a condenação de todos os responsáveis por esse duplo homicídio. 

Além da ação penal contra os executores confessos do crime, que também são acusados de ocultação de cadáver, foram apresentadas mais duas denúncias, uma delas já com condenação em primeira instância. Além disso, estão em curso dois inquéritos, um para investigar se mais pessoas estiveram envolvidas na ocultação dos corpos em uma área de difícil acesso em Atalaia do Norte, e outro para identificar possíveis mandantes dos assassinatos.

Os procuradores da República que estão à frente das investigações consideram o trabalho realizado até o momento como célere, dadas as complexidades e as circunstâncias do caso, como as dificuldades de acesso ao local onde Bruno e Dom foram mortos. Eles ressaltam o cumprimento dos prazos processuais, tanto na fase inicial das investigações, quando os corpos foram encontrados poucos dias após o desaparecimento, quanto nas etapas seguintes, com a denúncia dos executores menos de dois meses após os crimes, a prisão preventiva dos acusados e o andamento das demais linhas de investigação relacionadas aos crimes, como ocultação de cadáver, organização criminosa e identificação dos mandantes.

A primeira denúncia foi apresentada ao MPF em 22 de julho contra Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", Oseney da Costa de Oliveira, apelidado de "Dos Santos", e Jefferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha". Os três estão presos e são réus pelos crimes de duplo homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

No momento, o processo encontra-se em fase de instrução, na qual são ouvidas as testemunhas e os réus perante a Justiça. Os três acusados já foram interrogados, mas serão ouvidos novamente, pois o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) autorizou a oitiva de mais testemunhas, e de acordo com o Código de Processo Penal, os réus devem ser os últimos a depor nessa etapa. Após a conclusão dessa fase, caberá à Justiça Federal decidir se os três serão submetidos a júri popular.

Além dos homicídios e da ocultação dos corpos de Bruno Pereira e Dom Phillips, o MPF apurou a existência de associação criminosa para a prática de pesca ilegal na Terra Indígena Vale do Javari. O trabalho foi feito de forma paralela e resultou em uma denúncia contra dez pessoas. Apresentada em setembro de 2022, a ação já foi recebida pela Justiça Federal. Com isso, os envolvidos, entre eles, Amarildo da Costa Oliveira e Rubens Villar Coelho, o "Colômbia", aguardam julgamento na Ação Penal.

Cinco procuradores estão trabalhando no caso no MPF, incluindo a procuradora da República titular em Tabatinga e quatro membros do Grupo de Apoio ao Tribunal do Júri

O caso
Bruno e Dom desapareceram, no dia 5 de junho de 2022, logo depois de serem vistos navegando próximo à comunidade São Gabriel, povoado vizinho a São Rafael, último lugar em que pararam. Segundo as investigações da polícia, eles foram executados com tiros nas costas por pescadores ilegais, a mando de financiadores do crime organizado. 

Bruno Pereira atuava na proteção de territórios e comunidades indígenas. Dom Phillips fazia entrevistas com lideranças indígenas e ribeirinhos para um novo livro: "Como Salvar a Amazônia?"

Leia mais: Vereador de SP quer criar dia para homenagear Dom Phillips e Bruno Pereira

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