Aquecimento global provocou 37% das mortes por calor no mundo, diz estudo
Idosos com mais de 70 anos e crianças menores de cinco anos são os mais afetados

Foto: Divulgação
O aquecimento global foi responsável por provocar 37% das mortes por calor no mundo ocorridas entre 1991 e 2018, ou seja, nos últimos 27 anos. Os dados são de um estudo realizado por cientistas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e da Universidade de Berna, na Suíça.
Conforme os pesquisadores, as mortes são motivadas por fatores do aquecimento global, que impactam na mudança climática, na propagação de doenças e no aumento de incêndios florestais, por exemplo.
Os públicos mais afetados são as crianças menores de cinco anos e os idosos com mais de 70, que podem ter agravamento por complicações cardíacas, respiratórias, renais e circulatórios, entre outros. Pacientes com diabetes também podem apresentar mais dificuldade de controlá-la.
“Temos mecanismos fisiológicos para controlar nossa temperatura, mas crianças muitas vezes ainda não amadureceram [essa capacidade]. Conforme a idade avança, também perdemos a eficiência desses mecanismos termorreguladores, como a sudorese”, explicou um dos autores do estudo, o brasileiro e médico patologista Paulo Saldiva, à CNN Brasil.
Saldiva também explicou que outro efeito colateral do aquecimento global nos humanos é a perda de muitos líquidos pelo suor, o que pode provocar duas consequências: aumento da viscosidade do sangue, favorecendo a formação de trombos e obstrução de vasos importantes; e um comprometimento do rim, levando à ocorrência de infecções urinárias ou mesmo problemas renais crônicos.
O estudo foi publicado pelo periódico científico "Nature Climate Change", publicação mensal sobre clima da revista "Nature".


