Arqueólogos usam três linhas para traçar origem de estrutura localizada no Centro Histórico

Uma estrutura arqueológica encontrada na Praça Castro Alves, em Salvador, deve passar por um estudo que envolve três linhas de investigação para confirmar a sua origem. Estrutura foi encontrada durante escavações no Centro Histórico.

De acordo com o superintendente Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Bahia, Bruno Tavares, a estrutura deve ‘conviver’ com o carnaval. “É possível evitar a exposição no carnaval. Não há impeditivo pelo Iphan, sem pendência nenhuma. O Iphan já conhecia esse elemento. Ele foi novo para a população, mas nós já sabíamos e iríamos divulgar a informação completa”, destacou.  

O secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco, disse em entrevista coletiva, que a prefeitura estuda buscar uma forma de incorporar os achados arqueológicos ao projeto de requalificação. "A gente não quer, por exemplo, isolar esses achados através de um gradil para que fiquem meramente expostos. O que a gente pretende é integrar essa estrutura à requalificação da praça, como um espaço associado às manifestações culturais", pontuou.

Ainda segundo Tinoco, a extensão do achado trouxe a necessidade de alterações no projeto da obra, prevista para ser entregue em maio de 2020. A expectativa era que a etapa de pavimentação da Praça Castro Alves fosse finalizada até 20 de fevereiro, para estar pronta antes do Carnaval.

O arqueólogo Cláudio Silva, que faz a coordenação dos trabalhos de identificação dos achados afirmou, nesta quinta-feira (26) ser necessário criar "paisagens temporais" com as peças encontradas nas escavações. "Na verdade, é preciso fazer a ligação desses achados da Praça Castro Alves com outros achados da Avenida Sete e ir elucidando o quebra-cabeça. São paisagens temporais. Não adianta também você ter essa estrutura e não relacionar isso com outro momento da cidade", disse.

Ainda segundo Silva, a proposta de incorporação dos achados à requalificação da praça, apresentada por Cláudio Tinoco, é louvável. "Do ponto de vista arqueológico e técnico, não há problema nenhum com a incorporação dos achados. Acho até louvável. O próximo passo agora é fazer o projeto de restauração e implantar isso no projeto da praça", afirmou.