Artefatos da Mesopotâmia revelam pico magnético milenar na Terra
Tijolos de barro preservam sinais de uma intensa onda de energia magnética ocorrida há milênios
Foto: Museu Slemani
Há milênios, uma extraordinária onda de energia magnética atingiu a Terra na região da antiga Mesopotâmia, revelam artefatos arqueológicos recentemente estudados. Tijolos de barro datados do terceiro ao primeiro milênio a.C. preservaram assinaturas magnéticas indicativas de um pico magnético excepcionalmente forte durante o primeiro milênio.
Os cientistas, ao examinarem esses artefatos, descobriram detalhes desconhecidos até então sobre essa anomalia. Selos nos tijolos, contendo os nomes de reis da Mesopotâmia, permitiram confirmar o período exato do pico magnético. A descoberta amplia nosso entendimento sobre eventos históricos registrados em artefatos da Terra.
Essa revelação não é isolada; análises arqueomagnéticas anteriores já documentaram fenômenos semelhantes em artefatos dos Açores, Bulgária e China. Mark Altaweel, coautor do estudo e professor de arqueologia do Oriente Próximo, destaca a importância de preservar a herança antiga da Mesopotâmia, destacando que essa preservação é crucial para a ciência e para a humanidade.
A técnica de análise arqueomagnética é essencial para artefatos inorgânicos, como cerâmica, sendo um complemento vital à datação por radiocarbono. Matthew Howland, autor principal do estudo, ressalta que essa técnica é aplicável a qualquer material magneticamente sensível aquecido, e sua utilidade vai além da arqueologia.
O estudo não apenas preenche uma lacuna significativa de dados sobre a Mesopotâmia, mas também fornece novas pistas sobre a anomalia magnética daquele período. Ao analisar 32 tijolos, os pesquisadores identificaram cinco associados ao reinado de Nabucodonosor II, entre 604 e 562 a.C. As medições magnéticas revelaram um fortalecimento rápido e intenso do campo magnético durante a fabricação desses tijolos, registrando uma onda de energia magnética que durou décadas.
Os próximos passos incluem a expansão da pesquisa para mais artefatos da Mesopotâmia, aprimorando ainda mais a compreensão do campo magnético da Terra ao longo do tempo. Além disso, a aplicação dessa técnica em sítios arqueológicos não datados pode resolver debates cronológicos, contribuindo para uma compreensão mais precisa da história na região.