Ártico aquece duas vezes mais rápido que média global
Onu alerta para para aquecimento sem precedentes impacta ecossistemas e exige ações imediatas
Foto: OMM/Karolin Eichier
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (Noaa) divulgou nesta semana o relatório anual sobre o Ártico, revelando que a região está aquecendo a uma taxa alarmante, superando qualquer outra parte do planeta.
O documento, utilizado como referência pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), documenta novas evidências que apontam para os impactos significativos do aquecimento do ar, oceano e terra em comunidades e ecossistemas árticos.
O ano de 2023 foi marcado como o sexto ano mais quente já registrado na região, destacando temperaturas recorde durante o verão. A extensão do gelo marinho atingiu sua maior baixa histórica em 17 de setembro. A Groenlândia e o norte do Canadá experimentaram temperaturas extraordinárias, resultando em um derretimento acelerado e condições propícias para incêndios florestais extremos, cuja fumaça alcançou até os Estados Unidos.
A "amplificação do Ártico," fenômeno reconhecido globalmente, evidencia que o aquecimento global causado pelo homem é mais pronunciado nos polos, resultando em um aumento duas vezes mais rápido nas temperaturas do Ártico em comparação com a média global desde o ano 2000. As áreas rasas ao redor do Oceano Ártico aqueceram cerca de 2°C nas últimas quatro décadas, contribuindo para um ciclo de retroalimentação que intensifica o aquecimento.
O relatório destaca mudanças notáveis no ecossistema, incluindo o descongelamento mais precoce de áreas tradicionalmente cobertas de neve. A tundra, bioma característico do Ártico, apresenta sinais de "verdeamento" à medida que o aquecimento proporciona condições mais favoráveis ao crescimento de plantas adaptadas. Rick Spinrad, administrador da Noaa, enfatiza a urgência de agir diante dessas transformações e destaca os esforços da agência em colaboração com comunidades para construir resiliência climática.