• Home/
  • Notícias/
  • Bahia/
  • Associação de catadores de Inhambupe cria coleta seletiva de porta em porta em busca da sustentabilidade
Bahia

Associação de catadores de Inhambupe cria coleta seletiva de porta em porta em busca da sustentabilidade

Segundo o presidente, Manoel Basílio, o objetivo também é educar a população sobre a importância da coleta

Por Emilly Lima
Ás

Associação de catadores de Inhambupe cria coleta seletiva de porta em porta em busca da sustentabilidade

Foto: Divulgação/COOCAI-BA

É na cidade de Inhambupe, a cerca de 170 km de Salvador, que a Associação de Catadores de Material Reutilizável e Reciclável (COOCAI), instalada e passou a desenvolver formas de incentivar a coleta seletiva. Uma delas é a coleta de porta em porta, onde os moradores são instruídos a reciclarem o próprio lixo e entregarem à associação, que vai na porta da população coletar os materiais.

Conhecido por ser o primeiro catador do Brasil a ser contratado pelo poder público, onde desempenhou a função de coordenador de resíduos sólidos e coleta seletiva, Manoel Basílio, é o criador e presidente da COOCAI, uma associação que tem o objetivo de buscar a sustentabilidade a partir da coleta seletiva.

"A COOCAI é uma associação, mas é COOCAI porque o meu sonho era ter uma cooperativa. Mas, infelizmente, as pessoas não entendiam o que era trabalhar em cooperativismo e acabava saindo muito. Então, resolvemos criar como associação, mas acabou ficando COOCAI", disse Basílio.

Ao Farol da Bahia ele destacou o feito da associação de implantar a coleta seletiva solidária de porta a porta em Inhambupe e explicou como foi planejado para funcionar.

"Nós setorizamos a cidade em seis etapas, de segunda a sábado. E cada setor desse, estabelecemos um acordo. Tantas casas coletamos os materiais somente nas segundas-feiras, tantas casas somente nas terças-feiras e assim sucessivamente", explicou.

Entre os materiais coletados pela COOCAI estão o papel, o plástico, o metal e o vidro, além do lixo eletrônico e o óleo de fritura. "A nossa ideia com a população é educar sobre a importância de separar os materiais dos resíduos. Pedimos que eles separem o orgânico do reciclável e a parte técnica fica com a gente. E nós separamos os elementos, o papel, o vidro, o metal para depois comercializar", pontuou.


Dificuldades

Segundo Manoel Basílio, a única dificuldade enfrentada até hoje pela COOCAI com relação aos projetos e realizações sustentáveis é a adesão dos políticos.

"A gente entende que já tem as políticas públicas e uma das nossas tristezas é que a lei de políticas de resíduos sólidos nasce em 2010, e de lá para cá, vem sendo sempre prorrogada porque os gestores se queixam que nunca tem recursos. Mas eu sempre digo, tem recursos sim porque é o mesmo recurso que eles utilizam para jogar o lixo fora. Infelizmente, eles não têm essa sensibilidade de apoiar. A maioria dos municípios não tem uma cooperativa ou associação, mas existem catadores. Então, o que a política orienta sobre as prefeituras motivarem, incentivarem e educarem o grupo organizado, não acontece", destacou.

"As prefeituras, ao invés de ajudar, criam barreiras. Então, a COOCAI é um empreendimento que sofre diariamente, mas nossa resistência e a vontade de transformar tantas vidas faz a diferença", acrescentou.

Impactos da pandemia

A COOCAI já passava por dificuldades para manter os projetos e palestras sobre a sustentabilidade e coleta seletiva. Mas, com a pandemia, esse trabalho se tornou ainda mais difícil, pois o grupo precisou parar com todas as atividades por quase dois anos e agora tenta retomar do ponto zero.

Entre as perdas da associação, está o galpão que era utilizado pelo grupo para realizar o processo de separação dos tipos de materiais e armazenamento dos mesmos. Mas, com o passar dos tempos, a COOCAI ganhou um terreno de 8.000m², no entanto, o local não conta com muros ou cobertura. De forma online, Manoel Basílio criou uma vaquinha para arrecadar qualquer contribuição para o objetivo principal do grupo.

"Nós não temos caminhão, não temos nada. Mas nós temos a coragem. Já iniciamos a movimentação para a construção da nossa sede, que inicialmente será o levantamento dos muros. A gente acredita que o nosso trabalho vai chegar em muitas pessoas e elas vão nos ajudar", pontuou.

De acordo com Basílio, a COOCAI conta com nove associados, mas somente seis estão ativamente trabalhando. Os outros três estão temporariamente afastados por questões de saúde. Mas, nós temos quase 20 famílias querendo entrar para a COOCAI", completou. 

Para colaborar com a continuidade do trabalho da associação, clique aqui

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br

Faça seu comentário

Nome é obrigatório
E-mail é obrigatório
E-mail inválido
Comentário é obrigatório
É necessário confirmar que leu e aceita os nossos Termos de Política e Privacidade para continuar.
Comentário enviado com sucesso!
Erro ao enviar comentário. Tente novamente mais tarde.