Ata do Copom reafirma coesão de visões dos membros do BC, diz Galípolo
O Copom interrompeu o ciclo de cortes de juros e manteve a taxa básica, a Selic, em 10,5% ao ano
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (25) que a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) mostra que os membros do colegiado estão afinados em suas avaliações.
"Essa ata já é uma reafirmação e incorporação nesse sentido da coesão que a gente tem aqui dentro, de visões e leituras sobre o que está acontecendo aqui dentro do BC", disse Galípolo, em videoconferência promovida pela Warren Investimentos, duas horas depois da divulgação do documento do BC.
Na última quarta-feira (19), o Copom interrompeu o ciclo de cortes de juros e manteve a taxa básica, a Selic, em 10,5% ao ano, com o voto de Galípolo alinhado ao atual chefe do BC, Roberto Campos Neto, considerado um "adversário político" pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O diretor afirmou que tanto a ata quanto o comunicado do Copom traduzem "plenamente" sua avaliação.
Apesar de votar no Copom pela interrupção da queda dos juros diferentemente do que queria o governo Lula. Galípolo manteve o favoritismo na disputa pela presidência do BC.
Aos 42 anos, Galípolo foi um dos conselheiros de Lula na campanha presidencial de 2022 e atuou como número dois do ministro Fernando Haddad (Fazenda). Ele segue tendo canal direto com o chefe do Executivo desde que deixou o cargo de secretário-executivo e assumiu o posto no BC.
Ele também comentou que, ao utilizar a palavra "interrupção" do ciclo de corte de juros, o colegiado do BC não quer fazer qualquer sinalização ou indicação para sua atuação futura, deixando em aberto para "ver como as coisas vão se desdobrar a partir de agora".