Atividades físicas ajudam na fabricação de novo neurônios
De acordo com estudo, pessoas que se exercitam têm melhor raciocínio e isso é por conta da multiplicação dos neurônios
![Atividades físicas ajudam na fabricação de novo neurônios](https://api.faroldabahia.com/fotos/farol_noticias/175477/IMAGEM_NOTICIA_0.jpg?v=ba427d27cccf6097f96ed84fb24d2f63)
Foto: José Cruz/Agência Brasil
Um estudo argentino sugere que a quantidade de neurônios cresce quando praticamos atividades físicas. Mesmo pessoas que são sedentárias conseguem ter uma memória espacial melhor se fizerem um pouco de exercício físico entre os testes, apontou o levantamento publicado em 2023 na revista científica iScience. Para os pesquisadores, a resposta está na geração de neurônios pelo organismo durante a prática.
“Nossa pesquisa avaliou a memória espacial, uma vez que ela é coordenada no hipocampo nos humanos. A mesma zona do cérebro é a responsável pela neurogênese (produção de neurônios), então uma melhora na memória espacial é um reflexo do desenvolvimento dos neurotransmissores”, afirma o neurocientista e chefe do estudo Fabricio Ballarini em entrevista ao El País.
A avaliação indireta é necessária já que pesquisas feitas em humanos não podem avaliar questões moleculares cerebrais. “Mas considerando o aumento do fator neurotrófico derivado do cérebro em ratos após o exercício e os resultados que tivemos com a memória espacial, podemos concluir que as pessoas que se exercitam aumentaram seus neurônios”, aponta Ballarini.
A memória espacial registra informações sobre o ambiente e a localização dos objetos em um espaço já conhecido, mas deteriora-se com o envelhecimento e com doenças neurológicas, especialmente o Alzheimer.
A pesquisa selecionou 98 voluntários entre 18 e 40 anos para entrar em um simulador eletrônico em que se via uma paisagem desértica projetada nas paredes e no chão. Eles eram orientados a memorizar onde estava uma série de bandeiras.
Ao sair, os participantes foram separados aleatoriamente em dois grupos: um se exercitou em bicicleta ergométrica por 25 minutos (sem importar se a pessoa era ativa ou não em seu cotidiano) e outro que sentou e assistiu ao vídeo de uma corrida de ciclismo. No dia seguinte, todos voltaram para informar onde estavam as bandeirinhas.
A ideia era distinguir o impacto da atividade física na percepção. Todos os que praticaram exercício físico, inclusive os sedentários, conseguiram ter melhores recordações e localizar as bandeiras corretamente. Os que viram o vídeo, não.