Atletas aumentam pressão para o adiamento das Olimpíadas de Tóquio
Eles confrontam o Comitê Olímpico Internacional

Foto: Denis Balibouse/Reuters
Em um cenário de pandemia do novo coronavírus, atletas, dirigentes e profissionais do mundo do esporte tomaram a iniciativa de pressionar, nesta quinta-feira (19), o Comitê Olímpico Internacional (COI) para adiar ou cancelar as Olimpíadas de Tóquio.
O movimento aconteceu um dia após o presidente da entidade, o alamão Thomas Bach, se reunir por videoconferência com 220 atletas e explicar que, apesar da pandemia, ainda faltam quatro meses para o início das competições.
A decisão de manter os Jogos Olímpicos programados para ocorrerem entre 24 de julho a 9 de agosto irritou atletas e dirigentes esportivos.
A atual campeã olímpica no salto com vara, Katerina Stefanidi, seguiu o posicionamento de Wickenheiser. A atleta grega disse não ser mais possível esperar por quatro meses para uma decisão.
“Não é sobre como as coisas serão em quatro meses. É sobre como as coisas estão agora. O COI está querendo que a gente se mantenha arriscando nossa saúde, a saúde da nossa família e a saúde pública treinando todos os dias? Estão nos colocando em perigo agora, hoje, não em quatro meses”, disse Stefanidi.
Mas o debate subiu de tom quando o nadador brasileiro Bruno Fratus questionou a presidente da Comissão de Atletas do COI, a bicampeã olímpica Kirsty Coventry.
Bruno Fratus não conteve sua indignação e comentou que o conselho de Kirsty estava desconectado da realidade. Ele ainda pediu para que a presidente da Comissão de Atletas do COI ouvisse os esportistas.
Os dirigentes também começaram a pressionar o COI para o cancelamento ou adiamento dos Jogos de Tóquio 2020. O presidente do Comitê Olímpico Espanhol, Alejandro Blanco, lembrou que seu país é um dos mais afetados pela pandemia de coronavírus e, por isso, teme que seus esportistas participem da competição em situação de desigualdade.