Atraso na vacinação para Covid-19 pode aumentar riscos para retomada econômica no Brasil

Especialistas alertam para o aumento de gastos da União com medidas para minimizar pandemia

Por Da Redação
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Atraso na vacinação para Covid-19 pode aumentar riscos para retomada econômica no Brasil

Foto: Divulgação | Governo de São Paulo

O atraso na vacinação contra a covid-19 no Brasil pode aumentar os riscos para a retomada da economia no país, segundo apontam especialistas no relatório do Credit Suisse.

De acordo com o documento, em meio às incertezas sobre a distribuição de imunizantes no país e o aumento de casos e mortes diárias pela doença deverão elevar os gastos da União com medidas para minimizar os efeitos da pandemia. 

"Restrições de mobilidade prolongada tenderão a pressionar o governo federal e o Congresso a ampliar gastos fiscais de forma a minimizar os efeitos sobre a arrecadação tributária estadual e municipal e sobre o emprego e a renda", cita o relatório assinado pela economista-chefe do banco, Solange Srour, e pelo economista Lucas Vilela.

Além disso, novas restrições para evitar a proliferação da doença, como o fechamento do comércio, provavelmente terão efeitos não apenas no curto prazo, mas também no médio prazo, podendo levar a um maior endividamento e o aumento da taxa de desemprego no país, destaca o Credit.

É importante lembrar que o Brasil encerrou 2020 com a relação entre dívida e PIB próxima dos 100%, maior nível entre as nações emergentes. Além do mais, de acordo com destacado pelo Credit, o país viu encurtar o vencimento das dívidas de curto prazo, mais altas no momento diante do risco embutido. Ao mesmo tempo, o chamado "colchão de financiamento" do Tesouro Nacional no mercado é suficiente para somente quatro meses.

Vacinar é mais barato

Além de gerar custos adicionais aos cofres públicos, o atraso na vacinação deixa milhões de brasileiros cujo sustento vem da circulação de pessoas nas ruas, vulneráveis. Para proteger essas pessoas, a União desembolsou a quantia de R$ 300 bilhões durante os nove meses de pandemia com os pagamentos do auxílio emergencial, enquanto a campanha de vacinação em massa contra a Covid-19 deve custar R$ 20 bilhões, de acordo com previsão estabelecida pelo governo.

O valor foi liberado por Medida Provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 17 de dezembro de 2020, para adquirir as vacinas. Segundo o governo federal, está no momento de negociação a compra de 460,9 milhões de doses. Dentre elas, as fabricadas pela Fiocruz/Astrazeneca, com custo estimado até o fim do ano de R$ 1,9 bilhão.

Também está incluso no plano a participação do governo na Covax Facility, aliança mundial de vacinas para acelerar o desenvolvimento e a fabricação do antídoto, com custo estimado de R$ 2,5 bilhões até o fim do ano.

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