Atritos com General Ramos e motivações podem ser motivos da demissão de ministro do Turismo
Marcelo é deputado federal e, caso desligado, volta ao mandato
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Ainda não foi publicada no Diário Oficial a saída do ministro do turismo, Marcelo Álvaro Antônio, mas a iminência da demissão dele nesta quarta (9) estaria ligada também à eleição do ano que vem para a presidência da Câmara dos Deputados. Marcelo é deputado federal e, caso desligado, volta ao mandato e o nome que ficaria no lugar dele pode ser usado nas negociações na corrida eleitoral do Parlamento.
Para o deputado da oposição ao governo, Marcelo Freixo (Psol-RJ), o ministro do Turismo não deve cair por causa de escândalos de corrupção, mas porque Jair Bolsonaro estaria fazendo "um feirão de cargos para comprar deputados e interferir nas eleições para presidência da Câmara". Do mesmo partido, a deputada Fernanda Melchiona (Psol-RS) comentou que Bolsonaro teria demitido o ministro do Turismo por conta de desafetos políticos em mensagens de WhatsApp. "Manteve esse criminoso, indiciado pela PF, por desvio de verbas públicas p/ candidaturas de mulheres laranjas por quase 2 anos em seu governo. Vai tarde!", registrou no Twitter.
As mensagens citadas pela deputada teriam sido o estopim da discórdia. No grupo de WhatsApp com os ministros, Álvaro Antônio enviou um longo texto ao chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Nele, o ministro do Turismo reclama de supostas articulações de Ramos para derrubá-lo: "Ministro Ramos, o Sr é exemplo de tudo que não quero me tornar na vida, quero chegar ao fim da minha jornada EXATAMENTE como meus pais me ensinaram, LEAL aos meus companheiros e não um traíra como o senhor", escreveu Álvaro que também relacionou o pedido da saída dele às eleições presidenciais na Câmara. "Não me admira o Sr Ministro Ramos ir ao PR pedir minha cabeça, a entrega do Ministério do Turismo ao Centrão para obter êxito na eleição da Câmara dos Deputados", escreveu.