Auditora do TCE-BA relata morte do irmão e alerta para riscos do vício em apostas online
Publicação viralizou nas redes sociais e reacendeu debate sobre legalização das casas de apostas no Brasil

Foto: Reprodução/Instagram/@julianapratescaminha
A auditora do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA) Juliana Prates compartilhou nas redes sociais um relato sobre o vício em apostas para alertar os seus seguidores. A publicação viralizou e levantou debates sobre a legalização das casas de apostas online, as chamadas Bets.
Na publicação, Juliana comunica a morte do seu irmão, o também auditor do TCE Otacílio Prates Neto, e associa a fatalidade ao vício em jogos de apostas online. Segundo ela, o irmão teria se envolvido com as bets e se endividado.
"Meu irmão era meu colega de profissão, auditor do TCE. Um homem inteligente, sensível, correto que vinha enfrentando um sofrimento psíquico profundo. Teve diagnóstico, passou por internação, ficou quatro meses em licença médica e, há pouco tempo, tentou retomar sua rotina de trabalho", relatou.
"Nesse período, se envolveu com apostas on-line, o endividamento veio junto e isso começou há cerca de um ano e meio. Ele lutou como pôde, mas não conseguiu sair desse ciclo e eu perdi o meu único irmão, de pai e mãe", complementou a auditora.
Em seu depoimento, Juliana levanta diversos questionamentos sobre a legalização das casas de apostas online e chega a citar o dossiê "A Saúde dos brasileiros em jogo", desenvolvido pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde. O documento aponta que as bets provocam perdas econômicas e sociais ao Brasil estimadas em R$ 38,8 bilhões por ano.
"São 12,7 milhões de brasileiros em situação de risco, lidando com algo que não é 'falta de controle', e sim um problema de saúde pública que cresce numa velocidade maior do que a capacidade de resposta do Estado", afirma a auditora.
Juliana encerra o relato incentivando pessoas que enfrentam problemas semelhantes a buscarem ajuda especializada e apoio emocional. " Que essa dor nos lembre da importância de falar, acolher e cuidar uns dos outros", concluiu.
Confira a publicação:


