Auditoria da CGU revela que Governo do RN pagou R$ 1,5 milhão por ventiladores danificados
Mesmo estando na garantia, aparelhos ainda não passaram por reparos
Foto: Reprodução/CGU
A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) gastou, em meio à pandemia de Covid-19, R$ 1,498 milhão na compra de ventiladores pulmonares danificados. A situação foi analisada em auditoria finalizada no último dia 10 de fevereiro pela Controladoria-Geral da União (CGU), na qual o site Metrópoles teve acesso. O órgão destacou ainda que os equipamentos ficaram guardados e que a Secretaria de Saúde do Estado não apresentou solução ao problema. No total, o governo potiguar fechou um contrato de R$ 1,605 milhão com a empresa multinacional Baumer, para a aquisição de 15 ventiladores pulmonares.
Desses, 14 apresentaram problemas, segundo relatos de profissionais das unidades de saúde que receberam os equipamentos. A compra foi estabelecida de forma emergencial (sem a necessidade de licitação) em maio de 2020, pouco antes de o secretário de Saúde, Cipriano Maia, que assinou o contrato, dizer que o estado estava “à beira do colapso”. Na época, a ocupação dos leitos destinados a pacientes com Covid-19 era de 97,8%. Segundo a CGU, os ventiladores não foram usados devido a “problemas técnicos e operacionais que inviabilizaram suas utilizações nos atendimentos dos pacientes em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva)”.
Os aparelhos foram distribuídos a três unidades de saúde na cidade de Parnamirim, na região metropolitana da capital Natal. Dois hospitais, que receberam a maior parte dos equipamentos, confirmaram o problema. Em parecer técnico enviado à Controladoria, a coordenadora do setor de fisioterapia do Hospital Regional Deoclécio Marques de Lucena (HRDML), por exemplo, detalhou que os ventiladores “não respondem aos comandos programados e individualizados para a necessidade do pacientes, assim como apresentou defeitos na tela principal antes de ser efetuado o auto teste”. Procurados pelo site, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) e a multinacional Baumer não se pronunciaram sobre o assunto.