Ausência paterna: especialista explica como aprender a construir relação saudável com o pai, mesmo sem a presença física!
Aos detalhes...
Foto: Divulgação Assessoria
A proximidade de datas comemorativas, como o Dia dos Pais, pode despertar nos filhos que sofrem com a ausência da figura paterna diversos sentimentos como, saudade, mágoa, tristeza e, até mesmo, raiva. “Tanto o pai quanto a mãe podem ter um papel relevante na vida das crianças ou deixar lacunas que poderão comprometer o desenvolvimento psicoemocional destes. Tudo dependerá das relações e da consciência de cada um sobre esses papéis”, destaca a psicoterapeuta, Eletice Rangel.
Segundo a profissional, em tempos remotos, quando cabia primordialmente ao pai o sustento econômico da família, as funções dos pais eram mais restritas no que diz respeito à formação dos filhos. Hoje, com a mulher também inserida no mercado de trabalho, esse papel foi ampliado. “O pai tem o papel de apresentar o mundo ao filho, demonstrando que além da mãe, outras relações importantes podem existir na vida dos filhos. Ele oferece o encontro com a diversidade. Um pai presente, de maneira saudável e amorosa, pode também representar uma referência, tanto para a menina quanto para o menino, na identificação com o masculino”, acrescenta.
A ausência dessa figura paterna pode causar diversas feridas emocionais, manifestadas ainda na infância ou trazer consequência em outras fases da vida. “A sensação de abandono pode tornar esses filhos inseguros na idade adulta, comprometendo a autoestima, tornando-os propensos à dependência emocional e a relações tóxicas, devido à carência emocional, podendo até desenvolver uma maior propensão a vícios como jogos e drogas”, pontua Rangel.
Nos casos em que a ausência do pai acontece na primeira infância é importante que a mãe possa estar atenta aos sinais que mostram que essa criança sofre com essa lacuna. Baixo rendimento escolar, dificuldades de relacionamento, impaciência, rebeldia, birras, tristeza são alguns dos sinais de alerta. “Em alguns casos pode ser necessário o suporte psicoterapêutico, que não somente irá orientar a família a lidar com essa situação, mas, sobretudo, acompanhar a criança neste processo de ausência sentida”,
Nunca é tarde também para adultos que sofreram com a ausência paterna equacionar essas questões. “É um caminho que começa se investindo no autoconhecimento, tomando consciência de que não tem culpa da ausência deste pai, entrando em contato com as emoções e sentimentos gerados por essa ausência na infância”, aponta Eletice Rangel. Por fim, a especialista explica como é possível construir e zelar por uma relação saudável com o pai. E tudo começa com um ambiente familiar minimamente saudável, do ponto de vista mental e emocional dos membros que o integram. Seguem mais algumas dicas:
- Estabelecer a comunicação permanente entre pai e filho;
- Desenvolver uma escuta atenta às demandas do filho;
- Disponibilizar tempo para estar com o filho, compartilhando momentos de diversão e também de dedicação à contribuição nas atividades escolares e cotidianas;
- Demonstrar sensibilidade às emoções do filho e não julgá-lo torna a convivência mais harmoniosa e contribui para um desenvolvimento emocional mais saudável do filho;
- Compartilhar com o filho as suas experiências de vida contribui para estreitamento dos elos entre pai e filho, bem como ajuda na construção da identidade deste último que se sente pertencente ao seu grupo familiar.