Auxílio emergencial reduziu a pobreza em 2,2 pontos percentuais no Brasil em 2020
Por causa do benefício, 4,27 milhões de pessoas foram tiradas da pobreza
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O auxílio emergencial de R$ 600, criado para aliviar os efeitos da pandemia na economia brasileira, reduziu a pobreza em cerca de 2,2 pontos percentuais entre 2019 e 2020. Por causa do valor repassado, 4,27 milhões de pessoas foram tiradas da situação de pobreza, segundo um levantamento feito pelo economista Paulo Tafner para o Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS).
O estudo teve como base a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE e considerou como pobres quem tem renda de até meio salário mínimo por pessoa da família.
A pesquisa concluiu que a redução da pobreza foi maior entre crianças e adolescentes do que adultos e idosos. O motivo se dá porque esses grupos da população têm acesso a outros programas do governo, como aposentadoria e seguro desemprego, por exemplo.
Conforme os números divulgados, a incidência de pobres com idades até 5 anos foi de 32,6% da população para 26,8% na época. Já entre 40 e 64 anos, o percentual passou de 13,3% para 12,6%. Acima dos 65 anos, o índice subiu 1 ponto percentual para 4,7%.
O impacto também foi visto na zona rural, onde a pobreza caiu de 36,9% para 29%. Nas áreas urbanas fora das regiões metropolitanas, passou de 17,3% para 14,9%.
Em 2020, o programa beneficiou 32% da população brasileira e custo cerca de R$ 293 bilhões no mesmo ano. Depois da concessão do valor de R$ 600 por cinco meses, o auxílio foi reduzido para R$ 300, deixando a desigualdade em 0,52. Segundo a pesquisa, caso não houvesse o benefício, a desigualdade ficaria em 0,56.