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Avaliação: 700km a bordo do Renault Captur Bose 1.6 CVT

Versão topo de linha do crossover tem design atraente mas fica devendo em desempenho com motor aspirado

Por Marcos Camargo Jr.
Ás

Avaliação: 700km a bordo do Renault Captur Bose 1.6 CVT

Novo crossover mais vendido no país o Renault Captur já conta com três anos de mercado mas nunca foi um protagonista. Com preços acima do Duster e com o mesmo motor e ainda menos itens de série, seu maior destaque fica por conta do design atributo que também perdeu pontos com o lançamento do facelift oferecido na Rússia e com a nova geração oferecida na Euroa.

Ainda assim há virtudes que merecem atenção do consumidor como baixa manutenção, espaço interno mas também simplicidade na construção com custo benefício mais interessante no segmento. 

No caso do Captur, o Farol da Bahia destaca os pontos positivos e negativos do crossover equipado com motor 1.6SCe de 118cv (gasolina) ou 120cv (etanol) e 16,2kgfm de torque. Este conjunto mecânico está associado ao câmbio CVT X-tronic considerando a versão Bose equipada com itens como luzes em LED, bancos em couro, combinação exclusiva de cores, multimídia Media Evolution, piloto automático, ar condicionado digital com função automática entre outros itens. O preço da versão é R$ 101 mil, subida considerável tendo em vista que quando foi lançado no ano passado estava precificado a R$ 95,9 mil.

Beleza e proporções generosas

Sem dúvida um dos pontos de destaque do Captur fica por conta do design e a generosidade das proporções.  Também é um dos maiores do segmento. São 4,32m de comprimento e 2,63m de entre-eixos, um dos maiores do segmento. Ele é quase 10cm maior que boa parte dos competidores do segmento que tem em torno de 4,20m de comprimento.

O porta-malas tem 437 litros e os bancos dianteiros são largos e amplos. É um carro confortável para a família e compartimento de bagagem que é um dos maiores do segmento, bem maior que o Jeep Renegade, líder do segmento por exemplo e do veterano Ford EcoSport e tão amplo quanto do Hyundai Creta e do Volkswagen Nivus

A garantia do Captur é de três anos sendo inferior apenas ao prazo oferecido no Caoa Chery Tiggo 2 (5 anos) e superior a boa parte dos SUVs de sua classe. O custo de manutenção até os 60.000 quilômetros rodados é de R$ 3.500, bem inferior ao Jeep Renegade (R$ 4.500), Tiggo 2 (R$ 4.700) mas não chega a ser o mais barato da categoria, o Nissan Kicks (R$ 2.800)

Motor é moderno mas insuficiente para o peso 

O motor SCe 1.6 tem torque baixo (16,2kgfm) para movimentar os 1.286kg do Captur. Não que seja um motor de desempenho fraco mas a relaçao peso-potência não ajuda enquanto é suficiente no Sandero por exemplo e boa no Duster que foi recalibrado. Apesar disso o Captur é esperto em saídas mas guarda uma relação morosa com o câmbio X-tronic CVT originário da Nissan. Quando exigido, sobe o giro do motor sem que ele entregue desempenho. Com dois tanque de etanol e cerca de 700 quilômetros com o veículo obtivemos média de consumo de 6,89km/litro com etanol, um pouco abaixo dos 7,6km prometidos pela Renault no percurso urbano.

Em termos de acabamento o Captur é simples e bem parecido com outros carros da Renault como o Sandero e o próprio Duster com plástico rústico e forrações mescladas somente nas portas dianteiras com apoio de braço revestido em couro. Mas no geral abusa de forrações ocas nas portas, painel e acabamento que pode resultar em vários ruídos ao longo do tempo.

Com preços entre R$ 98 e R$ 101 mil, o Captur não é competitivo considerando que nesta faixa de preço há projetos mais modernos como o Volkswagen Nivus (R$ 98,6 mil na versão topo de linha), versões intermediárias do Chevrolet Tracker LTZ 1.0 turbo, T-Cross Comfortline 200TSI - considerando só SUVs com motor Turbo e boa parte dos SUVs com motor 1.6 aspirado como Peugeot 2008, Citroën C4 Cactus, Nissan Kicks ou mesmo o Jeep Renegade 1.8.

 

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