Bahia aparece como um dos estados do Nordeste com mais acidentes de elevadores, aponta levantamento
Estado já registrou 70 acidentes, com 14 vítimas fatais

Foto: Reprodução/Redes Sociais
Um levantamento, apresentado na semana passada, em reunião com diferentes órgãos e entidades na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT), indica que 3.131 pessoas sofreram algum tipo de consequência por acidentes envolvendo a utilização do tipo de equipamento de transporte entre 2010 e 2014. Do número mencionado, 81 morreram. A Bahia aparece com maiores números da região Nordeste.
Além de figurar nas primeiras posições do Nordeste, a Bahia também aparece na oitava posição entre os estados do país pelos dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan), com 70 acidentes. A Bahia contabilizou 14 mortes.
Os números revelaram o aumento no número de acidentes ano a ano. De 2010, quando teve 119 acidentes pelos registros do Sinan, a 2020, o número total subiu para 63,8%. O aumento disparou nos últimos anos, chegando ao total de 485 casos, representando um crescimento de 307%. Os dados foram apresentados em reunião na sede do MPT junto com a presença de representantes do Corpo de Bombeiros, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), do Centro de Referência Saúde do Trabalhador (Cerest Salvador) e do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Novos encontros serão promovidos para poder atacar o problema e buscar a reversão dos dados.
Casos recentes como os que aconteceram em Salvador acenderam um alerta a respeito das normas de saúde e segurança do trabalho nos equipamentos, como as mortes de dois trabalhadores em um elevador de prédio residencial no Horto Florestal em agosto de 2024 e de nove operários da construção civil vítimas de um equipamento que caiu do 20ª pavimento em uma obra no Caminho das Árvores, em 2011.
Os dados reunidos pela equipe de pesquisadores da ISC da Ufba também indicam que o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, registrou 212 mortes por causa de contato com elevadores entre 2010 e 2023. Os acidentes de trabalho equivalem a 65% do total, com 139 registros. O procurador do Trabalho, Ilan Fonseca acredita que é necessário avançar no estudo para identificar se os índices são decorrência de fatores como pejotização, busca de metas arrojadas, alta rotatividade e baixo nível de capacitação de profissionais de manutenção.