Bahia é o segundo estado com menos pessoas que não tomaram a 2ª dose da vacina conta a Covid-19
Secretarias municipais de saúde estão em busca das pessoas que receberam a 1ª dose e não completaram a imunização
Foto: Bruno Concha/Secom
Mensagens pelo celular e visita de um agente de saúde estão no pacote de ações dos municípios brasileiros para encontrar as pessoas que receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, mas não apareceram para a segunda dentro do prazo indicado. São cerca de 1,5 milhão no país, conforme dados do Ministério da Saúde, que contabiliza 12 milhões de imunizados, com duas doses. A Bahia é o segundo estado com menos pessoas que não tomaram a 2ª dose da vacina conta a Covid-19
As estratégias de busca ativa são possíveis porque existe um registro eletrônico dos imunizados, com nome e dados pessoais incluindo telefone e endereço. Correr atrás daqueles que perderam a janela adequada de tempo, que é de 14 a 28 dias para a CoronaVac e de 12 semanas para a vacina de Oxford/AstraZeneca, porém, não deve ser encarado como solução.
Em Salvador, por exemplo, além das ligações e da eventual busca no endereço cadastrado, a administração da capital da Bahia ampliou os pontos de aplicação da segunda dose. Outra medida adotada para estimular o retorno é oferecer aos idosos um agendamento online de um horário para a aplicação da vacina que falta ser feita.
No Rio de Janeiro, os agentes comunitários e profissionais da secretaria estão mobilizados para a tarefa de caçar os “desertores” em suas residências. Enquanto que em São Paulo, os funcionários das unidades básicas de Saúde próximas das casas dos faltosos ganharam a missão de busca e também de ouvir os seus motivos para a abstenção.
As três cidades citadas, são as capitais dos estados apontados pelo Ministério como os campeões nas faltas para a segunda dose contestam os dados federais. Na tabela do Plano Nacional de Imunização (PNI), a Bahia aparece na 2ª colocação, com 148,8 mil pessoas. Perdendo apenas para o estado de São Paulo, com 343,9 mil pendências.
"Essas estratégias preventivas funcionam mais do que você correr atrás depois", explica o médico Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). "Geralmente em vacinas com mais de uma dose há uma perda (de público). Isso é um clássico, mas devemos buscar minimizar as razões para o abandono", ressalta.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) reforçam que, na sua visão, os dados do Ministério, pela lentidão na atualização, tendem a mostrar mais faltosos do que na realidade existem no país.
"Claro que há pessoas que deixaram de ser vacinadas com a segunda dose: as que faleceram, que se deslocaram, até as que ninguém encontra, mas não é este número que está sendo apresentado", aponta Wilames Freire, presidente do Conasems.