Bahia: em 2022, mulheres dedicavam mais que o dobro do tempo dos homens com afazeres domésticos
Desigualdade de gênero cresceu no último ano
Foto: Agência Brasil
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (11), revelam que as desigualdades entre mulheres e homens nos afazeres domésticos e nos cuidados com pessoas voltaram a aumentar na Bahia em 2022, tanto na proporção de pessoas realizando essas tarefas não remuneradas quanto no tempo semanal dedicado a elas.
Em 2022, na Bahia, mulheres dedicavam 23,1 horas por semana a afazeres e/ou cuidados, mais que o dobro do tempo dos homens (10,9 horas), uma diferença que aumentou em relação a 2019.
Historicamente, no Brasil e em todos os estados, a proporção de mulheres que realizam afazeres domésticos e cuidados de pessoas é maior do que a de homens. No ano passado, na Bahia, 91,3% das mulheres de 14 anos ou mais de idade realizavam essas formas de trabalho, enquanto entre os homens a proporção era de 75,0%, o que significava uma taxa 16,3 pontos percentuais (pp) maior para elas.
Em todo o país, a diferença era menor: 92,1% das mulheres estavam envolvidas em afazeres e cuidados, comparado a 80,8% dos homens (+11,3 pp para as mulheres). Embora a taxa geral de realização dessas tarefas tenha diminuído para ambos os sexos frente a 2019, na Bahia, a queda entre os homens foi um pouco mais acentuada do que entre as mulheres, ampliando a diferença por sexo. Antes da pandemia, no estado, 76,6% dos homens e 92,7% das mulheres realizavam afazeres domésticos ou cuidados com pessoas (uma diferença de 16,1 pp a favor das mulheres).
Esse é o segundo aumento consecutivo na desigualdade de gênero na realização de afazeres domésticos e/ou cuidados de pessoas na Bahia. Ela já havia aumentado de 2018 para 2019, após ter diminuído por dois anos, entre 2016 e 2018.
Além de executarem proporcionalmente mais afazeres domésticos e/ou cuidados, as mulheres também investem significativamente mais tempo nessas atividades não remuneradas do que os homens, um padrão observado em todo o Brasil. A Bahia se destaca como um dos cinco estados onde essa disparidade de gênero no tempo dedicado a essas tarefas aumentou entre 2019 e 2022, tornando-se a quarta maior diferença do país no ano passado.
Veja os dados: