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Bahia suspende análises de casos de dengue e chikungunya após falta de insumos

Segundo a Sesab, a previsão para envio do reagente da dengue pelo Ministério da Saúde é em setembro, mas não há para chikungunya

Por Emilly Lima
Ás

Bahia suspende análises de casos de dengue e chikungunya após falta de insumos

Foto: Divulgação

O Laboratório Central de Saúde Pública do estado da Bahia (Lacen-BA) está com desabastecimento de insumos para realizar a sorologia da dengue e da chikungunya, doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, no estado. Ou seja, as análises de testes para a doença estão suspensas, mas as amostras seguem armazenadas, de acordo com Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), ao Farol da Bahia.

O reagente necessário para os testes de dengue não foi enviado pelo Ministério da Saúde porque o almoxarifado da pasta está em inventário, mas há uma previsão de envio para a segunda quinzena de setembro. Já no caso da chikungunya, diferente da situação do insumo da dengue, não há previsão de entrega porque, ao que parece, o Ministério não tem contrato vigente para aquisição do insumo, conforme revelou a Sesab à reportagem.

Há um mês, o estado registrou, no primeiro semestre de 2023, um aumento de 168% nas formas graves da dengue em comparação ao ano passado. Foram 670 casos em 2023 contra 250 no mesmo período de 2022. Entre as nove mortes notificadas neste ano, uma foi em decorrência de dengue hemorrágica, duas como febre hemorrágica e outras seis entre dengue e dengue grave.

De acordo os dados notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), de janeiro até o dia 8 de agosto, foram apontados 39.896 casos para dengue, 13.778 casos para chikungunya e 1.689 casos para zika.

Questionada sobre as cinco cidades baianas com maiores incidência das doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti, a Sesab apontou a seguinte lista:

Dengue: Rodelas, Iraquara, Lençóis, Vereda e Uruçuca;

Chikungunya: Piripá, Itapé, Campo Alegre de Lourdes, Itapebi e Condeúba;

Zika: Itapé, Macajuba, Ituberá, Verá Cruz e Piripá.

Pelo menos 24 municípios baianos são considerados em situação epidêmica da dengue. Entre os cinco primeiros aparecem: Acajutiba, Alagoinhas, América Dourada, Camaçari e Conceição do Almeida. Já entre os cinco últimos estão: Rodelas, Salvador, Santa Cruz Cabrália, Santo Antônio de Jesus e Uruçuca, nesta respectiva ordem.

O Ministério da Saúde foi procurado pela reportagem e questionado sobre a razão de não haver uma previsão para o envio dos insumos para a retomada de testes de chikungunya na Bahia mas, até o momento, não houve resposta. 

Mobilização contra aedes em Salvador

Neste domingo (20), a Saúde celebra o Dia do Mosquito como forma de conscientizar a população sobre doenças causadas por esses insetos, além de educar sobre hábitos para evitar a reprodução deles em suas casas. Com isso, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), órgão vinculado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Salvador, promove iniciativas em diversos bairros estratégicos para inspecionar e eliminar focos em casas, clínicas particulares, órgãos públicos e estações de transbordo.

Em entrevista ao Farol da Bahia, a subcoordenadora de ações do CCZ, Lucrécia Rocha, explicou que o objetivo é alertar os cidadãos e reduzir a proliferação do Aedes aegypti na capital baiana. "Estamos mobilizando a população para que elas tomem cuidado em relação aos depósitos. A ideia é eliminar esses depósitos para que a gente possa reduzir a infestação na cidade e ainda reduzir a ocorrência das doenças, tanto dengue, como zika e chikungunya", disse, ao acrescentar os bairros que estão recebendo as ações: Itapuã, Bairro da Paz, Cabula, Pau da Lima, São Marcos, Nova Brasília da Estrada Velha, São Caetano, Liberdade e entre outros.

É importante destacar que os bairros que receberam ou vão receber a mobilização registraram um aumento de notificação de incidência de doenças causadas por arboviroses.

"Oitenta por cento dos depósitos que a gente encontra em Salvador, estão próximos ou dentro de residências. Tem casos em que as pessoas armazenam água e não tampam esses reservatórios de forma adequada, tem a questão dos pratinhos de plantas, terrenos baldios onde jogam lixo, ou qualquer recipiente que possa conter água o mosquito pode usar como depósito, seja uma tampinha, um copinho plástico. Por isso é tão importante não descartar o lixo de forma inadequada", destacou a subcoordenadora de ações do CCZ.

Como reconhecer o mosquito e acionar a CCZ?

O mosquito aedes aegypti é bem fácil de reconhecer, já que tem uma característica única nas pernas. Além desse detalhe, Lucrécia também destaca o período em que eles buscam se alimentar do sangue das pessoas. "A característica mais marcante é que ele tem as pernas listradinhas com as cores preto e branco, diferente da muriçoca, que tem a coloração mais escura, por exemplo. Também tem a questão do período. Geralmente, o mosquito aedes, principalmente as fêmeas que são as responsáveis pelas transmissões, buscam o sangue das pessoas no horário diurno, entre o início da manhã e o fim da tarde. Diferente da muriçoca, que tem um hábito noturno e só aparecem depois que baixam o sol", explicou.

Os residentes da capital baiana que queiram solicitar inspeção e verificação de depósitos devem ser feitos pelo Disque 156, através da Ouvidora Geral do Município (OGM). "Já a aplicação de inseticida, é feita baseada nos casos que são notificados. Nós avaliamos diariamente os casos que são registrados nas unidades de saúde. Esses casos são catalogados  e encaminhados para as equipes de campo para identificarem e realizarem o bloqueio para eliminar o foco, que reduz os mosquitos e diminui as chances de doenças", disse Lucrécia, que reforçou ainda a importância das pessoas com dengue, zika ou chikungunya, comparecem aos postos de saúde relatarem a doença.

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