Bahia tem 2ª maior população indígena do Brasil, revela IBGE
Salvador ocupa a quarta posição no ranking nacional de cidades com maior população indígena do país
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
A Bahia é o estado com a segunda maior população de indígenas do país. Ao todo, 229.103 pessoas se autodeclaram nativo. O estado só perde para o Amazonas, que registra 490.854 indígenas. Os dados são do CENSO 2022, divulgados nesta segunda-feira (7), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se comparado a 2010, a autodeclaração quase quadruplicou. Na década passada, os indígenas somavam 60.120 pessoas no estado. Comparando os índices, houve aumento de 281,08%, o que representou mais 168.983 pessoas se declarando ou se considerando indígenas no período. Hoje, o total representa um percentual de 1,62% da população baiana.
Salvador é a cidade com o maior número de população indígena no estado e a quarta maior no ranking nacional, com 27.740 pessoas autodeclaradas. Porto Seguro é a segunda maior no estado, com 17.771, sendo seguida de perto por Ilhéus, com 12.974 indígenas.
Ao todo, no estado, foram mapeadas 134 localidades indígenas em 39 municípios, de um total de 417 cidades. Em apenas seis, dos 417 municípios baianos, não foram contabilizadas pessoas indígenas, são eles: Cordeiros (com população total de 7.546 habitantes), Malhada (15.398), Piripá (9.152), São José do Jacuípe (10.187), Saubara (11.438) e Sebastião Laranjeiras (9.360).
População indígena em cidades baianas:
Posição | Cidade | População | Território | Posição no ranking nacional |
1º | Salvador | 27.740 | Capital | 4ª |
2º | Porto Seguro | 17.771 | Extremo sul | 14ª |
3º | Ilhéus | 12.974 | Sul | 21ª |
4º | Santa Cruz Cabrália | 7.103 | Extremo sul | 54ª |
5º | Eunápolis | 6.785 | Extremo sul | 56ª |
6º | Feira de Santana | 6.621 | Sertão | 57ª |
7º | Prado | 6.086 | Extremo sul | 63ª |
8º | Paulo Afonso | 5.007 | Norte | 79ª |
9º | Lauro de Freitas | 4.835 | Região metropolitana da capital | 83ª |
10º | Camaçari | 4.833 | Região metropolitana da capital | 84ª |
Nova metodologia
A diferença entre o registrado em 2010 e o computado agora em 2022 pode ter uma explicação: a nova metodologia de recenseamento de indígenas adotada pelo IBGE. Graças a isso, o instituto não estabeleceu parâmetros de crescimento demográfico destes habitantes, já que o aumento expressivo é reflexo direto da mudança na forma de se realizar a pesquisa.
Para entender um pouco melhor as mudanças, em 2010, a pesquisa questionava o quesito cor ou raça (o que inclui indígenas) para qualquer pessoa da população brasileira. Se a pessoa estivesse em terras indígenas já delimitadas, os entrevistadores também perguntavam se a pessoa se identificava como indígena, independentemente da categorização de cor escolhida. Isso se devia à percepção do IBGE de que muitos indígenas não associavam a ideia de cor à representação de seus grupos étnicos.
Já na pesquisa mais recente, realizada em 2022, a questão cor ou raça também estava disponível para qualquer pessoa da população brasileira. Contudo, os pesquisadores igualmente questionavam aos residentes de comunidades com possíveis traços indígenas e em outras regiões indígenas (conforme explicado acima) se eles se identificavam como integrantes desse grupo étnico. Desta forma, a contabilização da população indígena cresceu, uma vez que toda afirmação de cor ou raça é auto declaratória.
Por fim, o estudo do IBGE destacou ainda que somente 7,51% dos indígenas entrevistados vivem, de fato, em localidades indígenas no estado.