Banco Central corta taxa de juros pela primeira vez em três anos; Selic vai para 13,75% ao ano
Taxa atingiu o maior patamar desde janeiro de 2017, quando a taxa estava em 13%
Foto: Agência Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) decidiu, pela primeira vez em três anos, cortar a taxa básica de juros do país, a Selic, em 0,50 ponto percentual. A Selic chegou a 13,25% ao ano e atingiu o maior patamar desde janeiro de 2017, quando a taxa estava em 13%.
Composto por nove membros, o Copom teve cinco votos a favor do corte de 0,50 ponto percentual, incluindo o presidente Roberto Campos Neto. Segundo o Banco Central, eles também consideraram uma redução de 0,25 ponto percentual.
O comunicado do Banco Central reforça a importância da "serenidade" na condução da política monetária, devido à conjuntura atual com processo desinflacionário em estágio lento e expectativas de inflação com reancoragem parcial.
Há meses Lula e sua equipe têm adotado uma postura crítica em relação aos juros no país e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O presidente Lula fez declarações contundentes contra Campos Neto, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também defendeu a redução da taxa.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), indicou em entrevista que espera que o banco central inicie seu ciclo de afrouxamento monetário. Alckmin (PSB) também se juntou às críticas aos altos juros no Brasil, destacando que a taxa atual é prejudicial à competitividade das empresas brasileiras.
Os economistas do Boletim Focus mantiveram em 12% a estimativa para a taxa básica de juros ao fim de 2023, mas reduziram as projeções de inflação, desta vez de 4,90% para 4,84%.
Aguardando a decisão do Comitê, investidores do mercado financeiro reforçaram a expectativa de cortes mais agressivos na Selic.