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Salvador

Band'Aiyê denuncia episódio de racismo em restaurante de Salvador: "Tratados como ladrões"

Banda contou que foi discriminada enquanto se preparava para a apresentação

Por Da Redação
Ás

Band'Aiyê denuncia episódio de racismo em restaurante de Salvador: "Tratados como ladrões"

Foto: Reprodução

A Band'Aiyê, famosa banda do Ilê Aiyê, expôs nas redes sociais um episódio de racismo sofrido pelos integrantes que teria ocorrido na última quinta-feira (23) no restaurante Espaço Bistrô Trapiche Adega, localizado no bairro do Comércio, em Salvador. O grupo tinha uma apresentação agendada no local e por meio de nota, informaram que a proprietária do estabelecimento, Vivianne Mendonça, solicitou que se retirassem da sala onde se preparariam com os figurinos, alegando que era um ambiente com "itens de valor".

Conforme o relato na nota, a produção do evento encaminhou a banda para a sala para que os integrantes pudessem se arrumar. Apesar disso, o grupo relatou que a dona do espaço insistiu que uma funcionária do estabelecimento permanecesse na entrada da sala e que a porta ficasse aberta.

"Nos trataram como ladrões, não como artistas ali para desempenhar um trabalho. [...] É intolerável que situações desse teor persistam em nossa cidade. Alguns indivíduos desta cidade precisam compreender que ser negro não se equipara a ser criminoso. Sofremos feridas na alma e esperamos que atitudes como essa cessem em nosso país", destaca um trecho do comunicado publicado pelo Ilê Aiyê nesta quinta-feira (30).

Confira a nota na íntegra:

Como nosso querido presidente, Antônio Carlos Vovô nos ensina, a Bahia é um dos Estados mais racistas do país, e é claro que nós da Band’Aiyê não iríamos sair ilesos dessa marca latente da nossa sociedade. Na ultima quinta -feira fomos convidados para realizar uma apresentação no Espaço Bistrô Trapiche Adega, e ao chegar fomos perguntar a produção local, onde poderíamos trocar de roupa para colocar o nosso figurino, como é de praxe. Foi nos indicado uma sala, no espaço, para que pudéssemos nos arrumar para o evento. Após um tempo já nessa sala, eis que surge uma senhora, desesperada, chamada Vivianne Mendonça (a dona do espaço), pedindo que saíssemos daquele local, que não era para estarmos ali pois naquele local tinha coisas de valor.

Após os responsáveis explicarem que estávamos ali, para colocar o figurino da apresentação, essa senhora exigiu que uma funcionária do estabelecimento ficasse na entrada da sala e a porta ficasse aberta, ou seja, fomos tratados como ladrões e não artistas que estavam ali para realizar um trabalho. É claro que a primeira intensão foi sair do local e não realizar a apresentação, mas fomos convencidos pelo contratante a fazer tal apresentação.

É inadmissível que esse tipo de coisa continue acontecendo na nossa cidade. Alguns brancos e brancas dessa cidade precisam entender que ser negro ou negra não é sinônimo de ser ladrão ou ladra.

Fomos feridos na alma e esperamos que atos como esse deixem de acontecer em nosso país 

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