Barco que naufragou em Madre de Deus teria sido invadido por passageiros, diz defesa de piloto
Acidente deixou oito mortos; buscas por sobreviventes foram encerradas na terça-feira (23)
Foto: Reprodução/TV Bahia
O barco que naufragou em Madre de Deus, na noite do último domingo (21), teria sido invadido por passageiros, de acordo com a defesa do piloto da embarcação. O depoimento foi dado, na terça-feira (21), na delegacia da cidade.
Para a Polícia Civil, o advogado Elder Costa também confirmou que o piloto do barco, identificado como Fábio Freitas, não possui habilitação para conduzir a embarcação. "Pessoas adentraram a embarcação e constrangeram ele a vir com elas no barco, não tinham outra alternativa, não tinha mais transporte naquele momento", disse o advogado, em entrevista ao Jornal Nacional.
"Ele pediu para que as pessoas se retirassem, mas elas insistiram, sentaram na embarcação e não quiseram se levantar. Essas mesmas pessoas já entraram discutindo, o que causou um pânico entre os demais, fazendo com que o barco afundasse, devido a movimentação brusca dos ocupantes", afirmou Elder Costa.
Ainda de acordo com o advogado de defesa, a embarcação, que não tinha permissão para realizar o transporte de passageiros, não estava operando de maneira comercial. Na versão apresentada por ele, o barco de passeio foi usado para transportar a família do piloto para a festa que acontecia na Ilha de Maria Guarda. Na volta, outras pessoas entraram à força e se recusaram a sair.
O advogado afirmou ainda que Fábio Freitas não estava realizando transporte irregular e refutou a alegação de que o barco estaria com excesso de passageiros. "As pessoas vieram sentadas. Inclusive temos testemunhas. Fato é que ele estava com a família dele, foi buscar a filha e foi surpreendido por um grupo de pessoas que invadiram a embarcação".
Resgate
O naufrágio deixou um saldo de oito mortos. As buscas por sobreviventes foram encerradas pela Marinha na terça-feira (23), já que não há mais indícios de desaparecidos.
De acordo com a corporação, participaram das buscas 39 militares da MB, um Avião de Patrulha e uma Lancha de Inspeção Naval Blindada do Grupamento de Patrulha Naval do Leste, três Lanchas de Inspeção Naval e uma Moto Aquática da Capitania dos Portos da Bahia (CPBA), que coordenou as ações de Busca e Salvamento.
Por fim, o órgão informou que foi instaurado um inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) para apurar as causas e circunstâncias do acidente, com prazo de encerramento em até noventa dias. Concluído o procedimento, os documentos serão encaminhados ao Tribunal Marítimo.