Barroso nega pedido da Polícia Federal para investigar Paulo Guedes em inquérito do STF
Ministro seguiu manifestação da Procuradoria-Geral da República e barrou pedido de delegado contra o ministro da Economia
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil | Marcelo Camargo/Agência Brasil
Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido da Polícia Federal para incluir o ministro da Economia, Paulo Guedes, entre os investigados de um inquérito por supostas irregularidades junto ao fundo de pensão dos Correios, o Postalis, nesta terça-feira (4). O senador Renan Calheiros está entre os alvos da investigação.
A decisão de Barroso vem após manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) no sentido de rejeição do pedido da PF. O ministro também negou a produção de um relatório de inteligência financeira de empresas ligadas Paulo Guedes entre os anos de 2010 e 2016 e determinou sigilo sobre os autos da petição da PF que miravam o ministro.
“Nesse contexto, em que o feito está na fase investigatória e que a Procuradoria-Geral da República, na condição de titular da ação penal, manifesta-se contrariamente à inclusão de pessoa como formalmente investigada em inquérito policial, o caso é de indeferimento do pedido formulado pela Polícia Federal, sobretudo por não haver, até o momento, elementos robustos que atestem a pertinência entre o objeto da representação policial e os fatos investigados”, decidiu o ministro do STF.
“Diante do exposto, indefiro os pedidos de inclusão de Paulo Roberto Nunes Guedes no rol de investigados do Inquérito 4.492 e de produção de Relatório de Inteligência Financeira”, acrescentou
De acordo com informações da Veja, a inclusão de Guedes entre os investigados foi pedida por meio de representação do delegado da PF Bruno Calandrini, diante do depoimento de um empresário que citou o ministro. Fundador da Galileo Administração de Recursos Educacionais, Márcio André Mendes Costa afirmou aos investigadores que foi orientado por Paulo Guedes em 2011 a apresentar debêntures da Galileo para investimentos do Postalis, que já havia feito um aporte no fundo BR Educacional, cujo titular à época era Guedes.
O delegado citou uma reportagem segundo a qual o fundo de Guedes captou 1 bilhão de reais de fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios), além do BNDESPar, braço de investimentos do BNDES. Calandrini pediu ao ministro do STF autorização para solicitar a elaboração de Relatórios de Inteligência Financeira das empresas ligadas Paulo Guedes de 2010 a 2016.
Entre as suspeitas sobre Guedes, o delegado da PF cita possíveis crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa.