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BB e Caixa voltam a dar dinheiro de publicidade a sites alinhados ao governo Lula

Em 2023 e 2024, o Banco do Brasil e a Caixa compraram espaço de publicidade nos sites Brasil 247, Opera Mundi e DCM

Por FolhaPress
Ás

Atualizado
BB e Caixa voltam a dar dinheiro de publicidade a sites alinhados ao governo Lula

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Veículos de mídia alinhados ao PT voltaram a receber verba de publicidade do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal depois do início do terceiro mandato do presidente Lula (PT). Os dois bancos não anunciavam nessas publicações desde meados de 2016, quando ocorreu o impeachment de Dilma Rousseff (PT).

Em 2023 e 2024, o Banco do Brasil e a Caixa compraram espaço de publicidade nos sites Brasil 247, Opera Mundi e DCM. Os bancos anunciavam nesses veículos em governos anteriores do PT, mas haviam interrompido as contratações na gestão de Michel Temer (MDB), situação que se manteve com Jair Bolsonaro (PL).

Além de comprar publicidade nos três portais, os bancos também anunciaram na revista Carta Capital e no site GGN. Nesses casos, não há registro de contratações feitas em outros mandatos petistas.

Os cinco veículos costumam concentrar sua cobertura editorial em pautas positivas para os governos petistas e negativas para a oposição.

As publicidades começaram em julho de 2023 para Carta Capital e Brasil 247 e junho deste ano para os outros três veículos. Elas tinham sido cessadas em junho de 2016, com exceção do 247, que recebeu publicidades em dezembro daquele ano.

Os bancos não divulgam o valor pago a cada veículo. No total, a Caixa gastou R$ 361,6 milhões com a área de publicidade entre janeiro e novembro de 2024. O Banco do Brasil gastou R$ 595,2 milhões em todo o ano com essa finalidade.

A Folha de S.Paulo apurou que a escolha dos veículos em que os bancos compram espaço de publicidade é feita pela Secom (Secretária de Comunicação) da Presidência da República. Os bancos decidem apenas quanto vão alocar em cada site, jornal e revista. A Secom não respondeu aos questionamentos da reportagem.

As informações sobre os veículos que recebem verba de publicidade dos bancos estão na página de transparência das instituições financeiras —que listam as publicações a cada mês. Entre eles estão a Folha de S.Paulo e os jornais O Estado de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico, além de emissoras de TV como a Globo, Record, Band e SBT.

Em relação aos veículos considerados alinhados a governos petistas, a compra de espaço pela Caixa se manteve mesmo depois que o comando da estatal foi trocado e passou para as mãos do centrão. O banco foi comandado por Rita Serrano até o fim de 2023, quando ela foi substituída pelo atual presidente, Carlos Antonio Vieira Fernandes, indicado pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

A Caixa afirmou que "os critérios de escolha de cada veículo de comunicação, a negociação comercial praticada e os objetivos a serem alcançados com cada publicação são consideradas informações estratégicas negociais e de grande relevância para manutenção da competitividade do banco no mercado financeiro". Por isso, declarou, esses dados estão sob sigilo.

O Banco do Brasil afirmou que sua estratégia digital "é orientada por dados e baseada nas melhores práticas de mercado, garantindo eficiência, transparência e otimização contínua dos investimentos publicitários".

"A definição dos veículos e plataformas que compõem o plano de mídia considera uma série de variáveis técnicas, como audiência, segmentação, segurança de marca e performance, sempre alinhadas aos objetivos institucionais do banco", acrescentou.

O Brasil 247 afirmou que "cortes unilaterais de publicidade" durante os governos de Temer e Bolsonaro contrariaram critérios técnicos e causaram prejuízos aos órgãos públicos.

"[O site] é um dos maiores veículos da internet brasileira, tanto em seu site como com sua TV 247", declarou. "Por isso mesmo, recebe recursos de publicidade de várias empresas privadas e empresas públicas, assim como publicidade institucional de governos, de praticamente todas as forças políticas brasileiras."

A Carta Capital disse que "toda publicidade de anunciantes do setor público veiculada em Carta Capital, sejam governo, ministérios, estatais ou empresas de economia mista, segue rigorosamente os critérios legais e de transparência estabelecidos".

"A escolha de Carta Capital, uma plataforma que impacta milhões de brasileiros, como canal para dialogar com setores importantes da sociedade é eminentemente técnica", acrescentou.

A revista afirmou que já publicou campanhas publicitárias de órgãos públicos de outros governos. "Desde sua fundação, em 1994, muito antes de 2003, órgãos do governo federal veicularam campanhas em Carta Capital. Governos estaduais e municipais também veicularam campanhas publicitárias em Carta Capital, em diferentes momentos", apontou.
GGN, Opera Mundi e DCM não responderam.
 

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