BC avalia que condições financeiras podem atrapalhar ritmo da retomada econômica
Banco elevou taxa básica de juros para 12,75% ao ano
Foto: Agência Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avalia que, apesar dos últimos resultados de indicadores macroeconômicos, as condições financeiras trazem risco maior de perda do ritmo da retomada econômica. A informação foi divulgada nesta terça-feira (10), na ata da 244ª reunião do Copom, quando foi decidido elevar a taxa básica de juros para 12,75% ao ano.
“O Comitê avaliou os riscos em torno do cenário de referência para o crescimento em 2022 e 2023. O aperto das condições financeiras cria um risco de desaceleração mais forte que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes”, diz o documento.
No documento, o Copom observou ainda que, diante da potencial persistência do processo inflacionário, a reprecificação da política monetária nos países avançados têm impactado as condições financeiras dos países emergentes. “O Comitê avaliou que há grande incerteza sobre o comportamento futuro dos preços de commodities em reais, como reflexo da guerra na Ucrânia e da retomada das economias no pós-pandemia. O Comitê avalia que há possibilidade de reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local”, afirma a ata.
Considerando os cenários, o Comitê sinalizou para a próxima reunião a extensão do ciclo de alta da taxa Selic. A estratégia garante “a convergência da inflação ao longo do horizonte relevante, assim como a ancoragem das expectativas de prazos mais longos, ao mesmo tempo que reflete o aperto monetário já empreendido, reforça a postura de cautela da política monetária e ressalta a incerteza do cenário”.