BC: Limitações nas cadeias produtivas devem permanecer até 2022
Segundo o Copom, indicadores recentes da produção industrial e do comécio tiveram resultados negativos e abaixo do esperado

Foto: Reprodução/Agência Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sustenta a expectativa de retomada da atividade econômica durante o segundo semestre deste ano, mesmo que de forma menos intensa e mais concentrada no setor de serviços. A avaliação está na ata da última reunião do Copom, divulgada hoje (3), e exibe o impacto das limitações na oferta de insumos em determinadas cadeias produtivas, que devem permanecer até o próximo ano.
Segundo o comitê, os indicadores recentes da produção industrial e do comércio tiveram resultados negativos e abaixo do esperado. No entanto, o setor de serviços, que foi mais atingido pelas restrições da pandemia de covid-19, “continua em trajetória de recuperação robusta”.
“Para 2022, se por um lado a elevação dos prêmios de risco e o aperto das condições financeiras atuam desestimulando a atividade econômica, por outro, o Copom avalia que o crescimento tende a ser beneficiado por três fatores: a continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços; o desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios, como agropecuária e indústria extrativa; e os resquícios do processo de normalização da economia conforme a crise sanitária arrefece ”, diz a ata.
De acordo com o BC, no cenário internacional, o ambiente também tem se tornado menos favorável, refletindo a persistência da inflação. “O próximo ano deve ser caracterizado por menor crescimento, com a reversão dos impulsos fiscais e avanço nos processos de normalização da política monetária. Para as economias emergentes, essa combinação implica um cenário mais desafiador ”, diz a ata.
O Banco Central projetava, no último relatório de Inflação, divulgado no fim de setembro, crescimento de 4,7% para a economia em 2021. Já em 2022, é esperado um ritmo de crescimento menor do que no segundo de semestre 2021, resultando em crescimento anual de 2,1% no Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país). Em dezembro o próximo relatório será divulgado.
O mercado prevê um crescimento maior neste ano e menor em 2022. De acordo com a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos esperam uma expansão de 4,94% do PIB em 2021 e 1,2% no ano que vem.