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Bíblia Hebraica mais antiga do mundo é vendida por recorde de R$ 189,5 milhões

Com mais de mil anos e a bíblia hebraica tornou-se o manuscrito mais valioso já vendido em leilão

Por Da Redação
Ás

Bíblia Hebraica mais antiga do mundo é vendida por recorde de R$ 189,5 milhões

Foto: Sotheby’s

Uma Bíblia Hebraica com mais de mil anos e descrita como “um dos textos mais importantes e singulares da história humana” tornou-se o manuscrito mais valioso já vendido em leilão. 

O “Codex Sassoon”, ou “Códice de Sassoon”, datado do final do século 9 ou início do século 10, foi vendido por US$ 38,1 milhões (cerca de R$ 189,5 milhões) na Sotheby’s de Nova York na última quarta-feira (17).

Acredita-se que seja a mais antiga e mais completa Bíblia Hebraica existente. O último manuscrito a bater recorde de preço em leilão foi o “Codex Leicester”, de Leonardo da Vinci, vendido em 1994 por US$ 30,8 milhões (cerca de R$ 153 milhões em valores atuais), segundo informações da Sotheby’s.

No entanto, o “Codex Sassoon” ficou aquém da sua alta estimativa de US$ 50 milhões (cerca de R$ 249 milhões). Antes da venda, o manuscrito foi exposto no Reino Unido e em Israel.

Sharon Mintz, especialista sênior em livros e manuscritos do judaísmo da Sotheby’s, citou antes do leilão que “este é o documento mais importante já leiloado”.

A Bíblia Hebraica é o fundamento das três religiões abraâmicas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

Há muito tempo os estudiosos estão cientes do códice batizado em homenagem ao renomado colecionador do judaísmo David Sassoon (1880-1942). Mas a obra permaneceu em grande parte fora da visão pública, como a Sotheby’s escreveu em um comunicado para a imprensa.

Mintz descreveu o “Codex Sassoon”, que inclui 792 páginas de pergaminho (feitas de peles de animais) e pesa cerca de 12 quilos, como uma “produção luxuosa que apenas os mais ricos poderiam ter adquirido”.

O proprietário anterior do manuscrito comprou o códice em 1989 e ficou “encantado por poder compartilhá-lo com o mundo”, de acordo com Mintz.

Um achado raro:

Acredita-se que o “Codex Sassoon” seja o primeiro códice, ou manuscrito em forma de livro, da Bíblia Hebraica. Nos séculos anteriores à sua escrita, havia apenas porções ou seções de textos bíblicos em forma de pergaminho, que depois ficaram conhecidos como os Pergaminhos do Mar Morto. Mas esses não continham versos, capítulos ou pontuação, de acordo com a Sotheby’s.

Na antiguidade, o povo judeu confiava na tradição oral transmitida através de gerações para entender e preservar a mensagem da Bíblia.

O códice agora leiloado e o “Códice de Aleppo”, que passaram anos abrigados no Museu de Israel em Jerusalém a partir de 1958, são os únicos dois códices que datam do século 9 e compreendem quase toda a Bíblia Hebraica.

Mas, de acordo com o museu, o “Códice de Aleppo” havia sido gravemente danificado em um incêndio na sinagoga da comunidade em 1947, e “não mais de 295 das 487 folhas originais sobreviveram”. Por outro lado, o códice de Sassoon só não tem 12 páginas completas e, portanto, “é a cópia mais antiga e mais completa do existente da Bíblia Hebraica”, segundo a Sotheby’s.

Richard Austin, chefe global de livros e manuscritos da Sotheby’s, acrescentou dizendo: “O ‘Codex Sassoon’ há muito tempo ocupa um lugar reverenciado e lendário no panteão dos manuscritos históricos sobreviventes e é inegavelmente um dos textos mais importantes e singulares da história humana”.

Anotações e inscrições centenárias:

O significado histórico do códice não está apenas no material impresso, mas também nas anotações e inscrições escritas à mão adicionadas ao longo dos anos (insinuando a jornada épica que a obra viveu.)

Uma anotação do início do século 11 refere-se a uma venda por Khalaf ben Abraham, talvez em Israel ou na Síria, a um homem chamado Isaac ben Ezequiel al-Attar, que mais tarde o transferiu para seus dois filhos.

O local seguinte mencionado nas anotações veio no século 13, quando foi dedicado à sinagoga de Makisin (atual Markada, no nordeste da Síria).

A obra foi provavelmente foi remontada nessa fase, de acordo com a Sotheby’s, e teve inscrita as palavras “consagrado ao Senhor Deus de Israel à sinagoga de Makisin”.

Makisin mais tarde foi destruída e o códice foi confiado a um membro da comunidade chamado Salama bin Abi al-Fakhr, que se comprometeu a devolvê-lo à sinagoga em caso de regeneração.

Mas a sinagoga nunca foi reconstruída e o códice continuou em uma longa odisseia até ser adquirido por Sassoon em 1929.

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