Biden impõem sanções à Rússia por interferência em eleição e ataques virtuais
Presidente dos EUA e Vladimir Putin conversaram por telefone nesta semana

Foto: Reuters
O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou, nesta quinta-feira (15), que vai impor sanções à Rússia como uma resposta às interferências dos russos nas eleições americanas e uma operação de ataque virtual que conseguiu acessar dados de agências governamentais dos EUA. No total, foram penalizadas 32 entidades ou indivíduos que se envolveram em campanhas de desinformação nas eleições de 2020.
"O presidente Biden assinou uma nova ordem executiva de sanções para demonstrar a determinação do governo em responder e impedir todo o escopo das atividades estrangeiras nocivas da Rússia", disse a Casa Branca em um comunicado à imprensa.
Além disso, há também sanções a oito entidades ou indivíduos por causa da ocupação da Crimeia, que era da Ucrânia e a Rússia invadiu em 2014. Com as sanções, as instituições financeiras dos EUA não poderão comprar títulos de dívida da Rússia (apenas no mercado secundário). Isso deverá dificultar a rolagem de dívida do Tesouro russo. Seis empresas russas foram apontadas como apoiadoras dos ataques virtuais. Contudo, as já eram aguardadas. Os russos enviaram soldados à fronteira com a Ucrânia nos últimos dias.
Os EUA listaram três principais motivos que justificam as sanções:
-Ataques de hackers russos a agências governamentais e empresa dos EUA (isso ficou conhecido pelo nome de uma das empresas que foram alvo, a SolarWinds);
-A CIA avaliou que os russos ofereceram recompensas, no Afeganistão, a quem matasse soldados americanos;
-A Rússia interferiu nas eleições dos EUA para auxiliar Donald Trump.
Telefonema
Na última terça-feira (13), durante um telefonema com Vladimir Putin, Joe Biden disse que o governo dos EUA vai tomar ações para defender os interesses dos norte-americanos, sem especificar qual seria o momento ou as medidas. Na ligação, os dois conversaram para organizar um eventual encontro.
Em janeiro, antes de tomar posse, Biden tinha dito que iria dar uma resposta às ações dos russos para interferir nas eleições americanas. O porta-voz do governo da Rússia, Dmitry Peskov, afirmou que haverá retaliações, que seriam estabelecidas pelo princípio da reciprocidade. Ele também disse que as sanções não contribuem para que haja um encontro entre os dois presidentes.