Bitcoin conquista atenção de grandes gestoras e fundos de investimento
Criptomoeda saltou 300% em 2020
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Com as incertezas da economia, em razão da pandemia de Covid-19, o bitcoin, a criptomoeda mais popular do mundo, saltou 300% em 2020 e atraiu a atenção de grandes gestoras e fundos de investimento. Essa é a primeira vez que a criptomoeda é procurada por empresas, que alocaram no bitcoin parte de seu capital para evitar perdas com os impactos da doença.
No entanto, especialistas ouvidos pelo GLOBO alertam que o bitcoin já teve tombos homéricos e não descartam novas desvalorizações. E por isso, um período de um ano não seria parâmetro para dizer que o bitcoin preserva o valor total do patrimônio.
É necessário analisar o comportamento da criptomoeda durante a pandemia. No início de 2020, valia pouco mais de US$ 7 mil. Em março, quando foi decretada a pandemia global, recuou US$ 4,9 mil. Mas foi ganhando valor e, em outubro, já valia US$ 13 mil. Na sexta-feira, chegou a ser negociado a US$ 41 mil, perdendo força depois, para retornar ao patamar da véspera, US$ 40.300.
De acordo com o gestor de patrimônio da Vítreo, George Wachsmann, a alta de bitcoin tem sido alimentada pela percepção de que há uma proteção contra o risco da inflação. Mas, o desenvolvimento de novas plataformas ajudaram a elevar a demanda por criptomoeda. Ele ainda lembra que pela primeira vez um grande banco, o JPMorgan, fez previsões para o bitcoin, estimando que possa chegar a US$ 146 mil no longo prazo.
"Até lá, porém, grandes tombos devem acontecer. Não descarto quedas de 50%, 60% ou 70% no valor do bitcoin", conta ele sobre a possibilidade de queda.
Já o criador da Empreender Dinheiro, Arthur Lemos, acredita que os chamados ativos de risco têm muita volatilidade e demandam um perfil arrojado. Ele recorda que, entre 2013 e 2015, o bitcoin perdeu 83% do seu valor.
"Acredito que um período de 12 meses seja muito limitado para determinar se um ativo de fato preserva o valor do dinheiro. O bitcoin é um ativo muito recente em comparação ao ouro e ao dólar. E comprar criptomoeda apenas porque ela está se valorizando muito pode ser inadequado. Esse tipo de investimento precisa fazer parte de uma estratégia, em que o investidor diversifica suas aplicações", ensina Lemos.