Política

'Bolsonaro cometeu crimes sérios na pandemia, mas não genocídio', diz Omar Aziz

Presidente da CPI também se mostra contrário ao indiciamento de Flávio Bolsonaro pelo crime de advocacia administrativa

Por Da Redação
Ás

'Bolsonaro cometeu crimes sérios na pandemia, mas não genocídio', diz Omar Aziz

Foto: Edilson Rodrigues / Agência Senado

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, senador Omar Aziz (PSD - AM) afirmou, em entrevista concedida ao O Globo e divulgada na terça-feira (19), ser contrário ao indiciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra o crime de genocídio aos indígenas. Aziz diz que está provado que Bolsonaro cometeu sérios delitos na pandemia, como o charlatanismo e crime contra a humanidade, mas pondera, no entanto, que é preciso focar em acusações que possuem evidências consistentes para evitar questionamentos posteriores. 

"A grande preocupação em relação ao genocídio é que se você já tem crime contra a humanidade, já é um crime muito grande, e esse já foi provado e 'desprovado' por ele. O Bolsonaro fez aglomerações propositadamente, pregou a imunização de rebanho, pregou medicamento não comprovado, foi charlatão prescrevendo medicamento sem eficácia... Então, ele tem crimes sérios, só que o genocídio é muito mais sério que isso tudo. O meu medo é esse crime (genocídio) ser arquivado no futuro e os outros dizerem 'está vendo, eles estavam errados'. Mas, se o Renan mantiver esse ponto, eu votarei a favor", disse Aziz.

No lugar da acusação de genocídio, o senador propõe incluir um encaminhamento para aprofundar as investigações sobre o tema - crime de genocídio cometido por Bolsonaro - pelo Ministério Público após o encerramento da CPI. 

O presidente da CPI também afirmou ser contra sugerir no relatório que o filho do presidente da República, senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), seja indiciado pelo crime de advocacia administrativa, como consta na minuta do relatório de Renan Calheiros (MDB-AL), por avaliar que também não há provas suficientes. Ele vai pedir, ainda, a retirada do nome do pastor Silas Malafaia entre os possíveis indiciados.

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