Vídeo: Bolsonaro defende voto impresso e debocha de Lula em live com os filhos
Ex-presidente realizou uma live, acompanhado pelos filhos, e falou sobre aborto, defendeu acesso ao armamento e criticou Lula
Foto: Reprodução
O ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), fez uma "superlive" nas redes sociais, no domingo (28), acompanhado dos três filhos políticos, e reiterou os assuntos que considera como prioritários: defesa do voto impresso, criminalização do aborto, direito de acesso a armamento, e a favor da tese do Marco Temporal das Terras Indígenas.
Usando uma camisa de Israel, Bolsonaro abriu a transmissão comentando o sistema de votação da Venezuela. De acordo com o ex-presidente, o país liderado por Nicolás Maduro teria começado a dar sinais de eleições "mais justas" ao implementar, no último plebiscito, um formato de urna eletrônica que também permite um sistema de voto impresso.
"Nesse plebiscito que vimos há poucas semanas que teve a iniciativa do presidente Maduro, teve o voto impresso ao lado da urna eletrônica", relatou o ex-chefe do Planalto. Ele então exemplificou a situação ao falar sobre um suposto vídeo que mostra Maduro votando eletronicamente e apertando um botão para imprimir o voto.
"Maduro foi votar, eram cinco itens, ele apertava, falava uma coisa, apertava um botão, 'sim, sim, sim' e ai apertava outro botão e uma maquininha imprimia o voto. E ele pegava aquele voto, ao se dirigir à urna, falava 'olha, aqui o voto é eletrônico, mas tem o papel também, diferente de outros países', mas não citou que país é esse. E pôs ali o voto na urna", prosseguiu.
Durante a fala, o líder do PL argumentou que apesar do avanço, a oposição ainda não consegue garantir uma alternância de poder por conta da decisão da Controladoria de Justiça, que determinou a inelegibilidade de María Corina Machado, principal candidata da oposição, na última sexta-feira (26).
"O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) decidiu tornar inelegível por 15 anos a maior opositora dele, que é a Maria Corina, e também por tabela, o outro nome lá, opositor, ou seja, no momento o Maduro não tem oposição na Venezuela. A eleição lá pode ser da forma que for, da forma como a oposição bem entender, mas a oposição não ganha".
Vale lembrar que Bolsonaro está impedido de disputar eleições até 2030 após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em junho. Segundo entendimento da Corte, o então presidente cometeu abuso de poder político em reunião com embaixadores do Palácio da Alvorada, em dezembro de 2022.
A live contou com as presenças do senador Flávio (PL-RJ), do deputado federal Eduardo (PL-SP) e do vereador do Rio Carlos (Republicanos).
Durante seu mandato, Bolsonaro fazia transmissões semanais nas quais tratava de assuntos do governo. No pleito municipal de 2020, ele chegou a divulgar apoio a candidatos a prefeito e vereador em várias cidades do país.
Ele também fez críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao defender o agronegócio no país, e condenar os vetos contra a lei que institui a tese do Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas.
"O que leva uma pessoa a achar que o agronegócio é fascista?", questionou o ex-presidente. "O que faz uma pessoa, mesmo depois do parlamento votar por quase unanimidade a questão do Marco Temporal, o governo vetar?". De acordo com o ex-titular do Planalto, ser contra a tese do Marco Temporal "leva insegurança para o campo".
Bolsonaro também afirmou que Lula precisa focar no próprio governo em vez de falar da gestão anterior, e ironizou o atual chefe do Planalto. “Parece até que, quando Lula vai dormir, e ele está recém-casado, em vez de falar ‘eu te amo’, ele fala ‘Bolsonaro’”.