Bolsonaro, Mauro Cid e deputado federal são indiciados por falsificação de cartão vacinal da Covid-19
Polícia Federal aponta a existência de organização criminosa para inserir dados falsos no sistema público
Foto: Alan Santos/PR
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público no caso que apura a falsificação de certificados de vacinas de Covid-19.
Outros nomes que compõem a lista são o do tenente-coronel Mauro Cid e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).
Durante sua gestão, Bolsonaro se recusou a informar se tomou a vacina contra a Covid-19. Questionado por meio de Lei de Acesso à Informação, o governo federal impôs um sigilo de até 100 anos sob justificativa de que os dados eram referentes à vida privada do então presidente.
Em janeiro do ano passado, um grupo de hackers divulgou um cartão de vacinação que supostamente seria de Bolsonaro. O registro constava uma dose da vacina contra a Covid-19, que supostamente teria sido aplicada em uma unidade de saúde em São Paulo, com data de 19 de julho de 2021.
Em maio do mesmo ano, Cid chegou a ser preso pelos indícios da suposta falsificação. Segundo a PF na época, a falsificação tinha o objetivo de viabilizar a entrada de Bolsonaro aos Estados Unidos.
O indiciamento da PF significa que o processo segue para as mãos do Ministério Público, que vai decidir se apresenta denúncia à Justiça ou arquiva a apuração.
Os citados pela corporação, caso seja comprovado, podem pegar pena para o crime de associação criminosa de 1 a 3 anos; já o de inserção de dados falsos em sistema de informações, de 2 a 12 anos.
Confira o total de indiciados
Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República;
Mauro Barbosa Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens da Presidência da República;
Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;
Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ);
Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;
Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a família de Cid;
Eduardo Crespo Alves, militar;
Paulo Sérgio da Costa Ferreira
Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;
Marcelo Fernandes Holanda;
Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
João Carlos de Sousa Brecha, então secretário de Governo de Duque de Caxias;
Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;
Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;
Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
Célia Serrano da Silva.