Bolsonaro participou de reunião sobre situação do Amazonas, diz Pazuello
Ex-ministro prestou depoimento na CPI da Covid nesta quinta (20)
Foto: Reprodução
O ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta quinta-feira (20), em depoimento à CPI da Covid, que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estava na reunião em que o governo decidiu que não haveria intervenção federal na saúde do Amazonas, no início do ano, diante da crise do oxigênio. Segundo ele, o governador Wilson Lima (PSC), aliado de Bolsonaro, apresentou argumentos convincentes de que o estado tinha condições de continuar no comando.
Durante o depoimento, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), que apresentou um pedido de intervenção federal em seu estado no mês de janeiro, perguntou a Pazuello por que a solicitação não foi acatada. Pazuello disse que a decisão não era dele e foi tomada durante reunião de Bolsonaro com ministros. “Essa decisão não era minha. Ela foi levada à reunião de ministros com o presidente. E o governador, presente, se explicou, apresentou suas observações. E foi decidido pela não intervenção. Foi dessa forma que aconteceu”, disse o ex-ministro.
Após afirmar que hospitais de campanha no Amazonas foram fechados por decisão dos governos estaduais e municipais, Braga ressaltou que essa é "mais uma razão para ter havido a decretação de intervenção na saúde pública no caso do Amazonas".
“Fiz uma carta ao presidente da República pedindo a intervenção para salvar vidas, diante do que nós estamos ouvindo aqui por parte do Ministro da Saúde, da falta de compromisso, da falta de competência, da falta de responsabilidade. Deixou faltar oxigênio. Fecharam o hospital de campanha. E, lamentavelmente, não fui atendido”, disse Eduardo Braga.
Depois, após novo questionamento feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Pazuello confirmou que Bolsonaro participou de reunião com ministros na qual ficou decidido que não haveria intervenção na saúde do Amazonas. Questionado também pelo governista Jorginho Mello (PL-SC) sobre qual foi o argumento apresentado pelo governador do Amazonas para evitar a intervenção federal, Pazuello respondeu que não lembra dos detalhes.