Bolsonaro retorna para prisão domiciliar após passar por procedimento na pele em hospital; exames apontam anemia e pneumonia residual
Bolsonaro deixou hospital em Brasília, neste domingo (14), acompanhado por escolta policial, e seguirá acompanhamento ambulatorial

Foto: Reprodução/ Jorge Sant'Ana/TV Globo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o hospital, neste domingo (14), após passar por procedimentos para remover lesões na pele. Segundo boletim médico, foram retiradas oito lesões localizadas no tronco e no braço direito.
“O procedimento cirúrgico foi realizado sob anestesia local e sedação, e transcorreu sem intercorrências. Foi realizada a exerése marginal de oito lesões de pele, localizadas no tronco e no membro superior direito”, informou a unidade de saúde.
O ex-presidente recebeu alta por volta das 14h30 e seguirá acompanhamento ambulatorial, incluindo biópsias das lesões retiradas e avaliação de tratamento complementar.
Exames laboratoriais indicaram que Bolsonaro apresenta anemia e imagem residual de pneumonia recente por broncoaspiração, para a qual recebeu reposição de ferro intravenosa. Ele deve continuar com tratamento para hipertensão, refluxo gastroesofágico e medidas preventivas contra broncoaspiração.
Esta foi a primeira vez que Jair Bolsonaro deixou a prisão domiciliar desde sua condenação a 27 anos de prisão por cinco crimes na trama golpista. A saída foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e ocorreu sob escolta da Polícia Penal do Distrito Federal.
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Cerca de 20 apoiadores aguardavam na entrada do hospital, na região sul de Brasília, com bandeiras do Brasil, Israel e Estados Unidos. Bolsonaro entrou no hospital por volta das 8h, sem dar declarações, apenas acenando discretamente.
A defesa informou que o procedimento seria realizado de forma ambulatorial, com previsão de alta no mesmo dia. O objetivo era remover um “nevo melanocítico”, uma pinta geralmente benigna, e uma “neoplasia de comportamento incerto”, cuja análise exigia remoção cirúrgica. A intervenção durou cerca de 30 minutos e os pontos serão retirados em retorno programado para 10 a 15 dias.
Prisão domiciliar
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar preventiva, sem relação direta com a pena aplicada pela condenação no processo da trama golpista.
Ele já havia obtido autorização para sair de casa em agosto, para exames relacionados a refluxo gastroesofágico e episódios de soluço constantes, sequelas da facada que recebeu em 2018.
Na ocasião, exames detectaram imagem residual de duas infecções pulmonares recentes possivelmente relacionadas à broncoaspiração, além de persistência de esofagite e gastrite.
O estado de saúde tem sido um fator central para a manutenção da prisão domiciliar. Advogados avaliam que uma ida a um presídio poderia representar risco à vida de Bolsonaro, além de gerar impacto político negativo. Aliados também relatam que o quadro psicológico do ex-presidente está abalado, ainda que sem diagnóstico formal de depressão.