Bolsonaro tem 'dever cívico' de entregar prova de fraude na eleição de 2018 ao Tribunal, diz Barroso
O presidente Jair Bolsonaro defende a adoção do voto impresso e diz ter provas sobre fraude no voto eletrônico
Foto: Reprodução/CNN
Em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (17), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro tem o "dever cívico" de apresentar as provas que diz ter sobre a suposta fraude na eleição de 2018, a mesma pelo qual ele foi eleito.
Segundo ele, por nunca ter existido uma fraude eleitoral documentada com a urna eletrônica no país, adotar o voto impresso é uma "solução arriscada para um problema que não existe".
"Nunca houve fraude documentada. Jamais. Apenas o pedido de auditoria solicitado pelo então candidato Aécio Neves e que não se apurou impropriedade porque não há. Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver provas [de fraude] tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal e estou com as portas abertas. O resto é retórica política, são palavras que o vento leva", disse o ministro.
Para Barroso, o risco está justamente na recontagem de votos. "Na recontagem é que há a manipulação dos votos e possibilidade de verificar a composição desses votos. A compra de votos ainda acontece no Brasil, infelizmente, e com isso vai se verificar se determinado candidato teve os votos em determinada sessão. Ele pode até combinar com o eleitor", disse.
O presidente do TSE também frisou que a adoção do voto impresso provocaria gastos estimados em pelo menos R$ 2 bilhões aos cofres públicos. "O custo estimado pelo TSE é de R$ 2 bilhões para o acoplamento de impressoras, que não são impressoras de mesa. Esse custo é aberto e qualquer um pode verificar", explicou.