Boulos é convocado a depor na Polícia por eventuais ameaças a Bolsonaro
Ex-candidato a prefeitura de São Paulo escreveu mensagem nas redes sociais com referência a rei morto em guilhotina
Foto: TV Brasil
Baseado na Lei de Segurança Nacional, o ex-candidato à presidência e recentemente à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) foi intimado na última quarta-feira (21), a depor à Polícia Federal por eventuais ameaças ao presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) é investigado desde o fim de setembro depois de um pedido do deputado federal José Medeiros (Podemos-MT). Ele teria respondido a uma fala do presidente, onde Bolsonaro se intitulava como "a Constituição" para dizer:
“Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na Guilhotina”. “Fui intimado pela PF na Lei de Segurança Nacional por um tuíte sobre Bolsonaro. A perseguição deste governo não tem limites. Não vão nos intimidar!”, afirmou em postagens nas redes sociais.
A fala de Boulos ainda tem um erro, já que não foi Luís XIV quem morreu na Guilhotina, e sim Luís XVI, durante a Revolução Francesa no dia 21 de janeiro de 1793.
Em nota encaminhada à imprensa, Boulos afirmou estar "surpreendido" com a intimação e classificou a Lei de Segurança Nacional (LSN) como um "resquício da ditadura que vem servindo ao governo para perseguir e tentar calar aqueles que denunciam suas ações imorais e ilegais”. O líder do MTST também destacou que o presidente era uma “ameaça às instituições e à ordem constitucional” ao ter dito "ser a Constituição". O depoimento de Boulos será realizado na próxima quinta-feira (29), na sede da PF, em São Paulo. Momentaneamente, a Polícia Federal não se manifestou sobre o assunto.