Braga Netto completa 80 dias preso nesta terça

Nesta terça-feira (4) são completos 80 dias desde a prisão do general Walter Braga Netto em decorrência das investigações sobre a suposta trama golpista no fim do governo de Jair Bolsonaro. O general tem sido mantido em um regime com poucas visitas e banhos de sol vigiados, além de estar isolado e ter acesso restrito a eletrônicos.

O acusado ficou ciente das acusações contra ele através da Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio da defesa e pelo noticiário. De acordo com a defesa de Braga Netto, ele está indignado com a denúncia, pois se diz inocente.

Além de Braga Netto, o general de duas estrelas Mário Fernandes, três tenentes-coronéis e um policial federal também foram presos preventivamente por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes entre os 34 denunciados no inquérito.

Braga Netto está acomodado em uma sala de Estado Maior da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. O local possui um cômodo adaptado no prédio principal da Vila Militar, com uma estrutura que conta com televisão, banheiro exclusivo, geladeira e ar-condicionado.

O general é vigiado 24 horas por dia e é escoltado por policiais do Exército durante as atividades de banho de sol. Ele só pode receber visitar de advogados e familiares, e os visitantes não podem levar o celular no momento de conversar com o acusado.

Qualquer visitante além dos familiares e defesa precisam passar por aprovação de Moraes, como o comandante do Exército, general Tomás Paiva, no dia 7 de fevereiro. A conversa durou cerca de 15 minutos.

A visita chamou a atenção, pois os oficiais nunca foram próximos durante o governo Bolsonaro. Braga Netto, inclusive, já enviou críticas nas redes sociais a Tomás Paiva.

As visitas aos militares passaram a seguir critérios mais rigorosos após a comprovação de que o tenente-coronel Mauro Cid recebeu 73 visitas em 19 dias, no primeiro semestre de 2023.