Brasil adere vacina injetável contra poliomielite a partir deste ano
Alteração, segundo o Ministério da Saúde, é fundamentada em evidências científicas e recomendações internacionais
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
Nesse ano, crianças de 2 meses, 4 meses e 6 meses recebem somente a vacina injetável para precaver casos de poliomielite, conhecida também como paralisia infantil. Há ainda uma dose injetável de reforço, a ser injetada nos 15 meses de vida. As populares gotinhas foram aposentadas de forma oficial e não fazem mais parte do calendário de vacinação infantil brasileiro em novembro de 2024. Não se trata, então, de uma nova dose, porém de um novo esquema vacinal para estimulando a imunização contra a pólio.
A alteração, segundo o Ministério da Saúde, é fundamentada em evidências científicas e recomendações internacionais. Isso porque a vacina oral poliomielite (VOP) tem o vírus enfraquecido e, quando usada em meio a condições sanitárias nocivos, pode levar a casos da doença consequentes da vacina. A substituição da dose oral pela injetável tem o aval da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização e é sugerida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A prescrição é que a VOP seja usada somente para controle de surtos, como ocorre na Faixa de Gaza. Em agosto passado, a região comprovou o primeiro caso de pólio em 25 anos – um bebê de 10 meses que não tinha recebido nenhuma das doses previstas.
Entenda
Em 2023, o Ministério da Saúde declarou que passaria a aderir somente a vacina inativada poliomielite (VIP) no reforço aplicado aos 15 meses de idade, que era feito de forma oral. A dose injetável já vinha sendo aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida. No entanto, a segunda dose de reforço, que era aplicada aos 4 anos, de acordo com a pasta, não se faz mais essencial, já que o esquema vacinal com quatro doses certifica proteção contra a doença.
A atualização estabeleceu critérios epidemiológicos, indícios referentes à vacina e recomendações internacionais sobre o tema. Desde 1989, não há registro de casos de pólio no Brasil, porém as coberturas vacinais tiverem quedas constantes nos últimos anos. Em 2022, por exemplo, a cobertura foi de 77,19%, longe da meta de 95%.
Calendário completo
O Ministério da Saúde reitera que a vacinação é reconhecida como um dos métodos mais eficientes para conservar a saúde da população e fortificar a sociedade a ser mais saudável e resistente. “Além de prevenir doenças graves, a imunização contribui para reduzir a disseminação desses agentes infecciosos na comunidade, protegendo aqueles que não podem ser vacinados por motivos de saúde”.
O calendário nacional de vacinação abrange, na rotina dos serviços, 19 vacinas que protegem em todos ciclos de vida, desde o nascimento até a idade mais avançada. Além da pólio, a lista de doenças imunopreveníveis engloba sarampo, rubéola, tétano e coqueluche. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é responsável por coordenar as campanhas anuais de vacinação, que têm como meta alcançar altas coberturas vacinais e assegurar proteção individual e coletiva.