Brasil e China assinam cerca de 20 acordos prevendo investimentos em países estrangeiros
Os documentos abrangem parceiras em áreas como infraestrutura, meio ambiente, agricultura comércio, e entre outros

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Os governos do Brasil e China assinaram ao menos 20 acordos de cooperação, nesta terça-feira (13), último dia de compromissos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no país asiático. Os documentos abrangem parceiras em áreas como infraestrutura, meio ambiente, agricultura, comércio e entre outros. Um dos atos assinados diz respeito à cooperação no âmbito no Novo PAC - Programa Aceleração do Crescimento - e à iniciativa Cinturão e Rota.
Esses atos são uma estratégia de desenvolvimento do governo chinês que prevê a expansão de investimentos em países estrangeiros. O projeto ficou conhecido como a "Nova Rota da Seda".
Após a reunião com o presidente Xi Jinping, Lula comemorou as parcerias firmadas nesta terça. "Os quase 30 atos que assinamos hoje comprovam o dinamismo que o presidente XI e eu temos imprimido ao relacionamento bilateral. Não é exagero dizer que, apesar dos mais quinze mil quilômetros que nos separam, nunca estivemos tão próximos", afirmou Lula.
Comércio Finanças
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, assinou um memorando de entendimento sobre a cooperação estratégica no campo financeiro e um acordo sobre troca de moedas locais. Já o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, firmou parceria com o Conselho Chinês para a promoção do comércio internacional.
Meio ambiente
Os países assinaram um memorando visando o fortalecimento da cooperação em projetos de restauração de vegetação e dos semidouros de carbono. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, assinou o documento junto com o presidente da Administração Nacional de Florestas e Pastagens da China (NFGA), Liu Guohon.
IA e agricultura
Documentos sobre a cooperação em inteligência artificial e agricultura também foram assinados, assim como o compartilhamento de dados espaciais e medidas de segurança para a exportação de carnes de aves do Brasil para a China.
Multilateralismo
Brasil e China divulgaram uma declaração conjunta sobre o fortalecimento da cooperação entre países e a defesa. A declaração diz que a agenda visa o impulsionamento dos processos de modernização dos países, facilitar os investimentos, promoção da interconectividade regional e contribuir para o desenvolvimento sustentável. "As partes continuarão explorando oportunidades de cooperação em todas as áreas no âmbito das sinergias".
O documento também defendeu a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU), de modo a torná-la "mais democrática, representativa, eficaz e eficiente", além de ampliar a representação dos países em desenvolvimento no Conselho de Segurança.
"As partes trabalharão em conjunto para defender o multilateralismo, salvaguardar a equidade e a justiça internacionais, além de rejeitar o unilateralismo, o protecionismo e a busca por hegemonia, para tornar a ordem e o sistema internacionais mais justos e equitativos e promover um mundo multipolar", destacou.
Os presidentes também acrescentaram na declaração que ambos defenderam a construção de uma ordem internacional mais inclusiva e sustentável, "que reforce os valores da paz, desenvolvimento, equidade e justiça".