Brasil faz 1º censo de vacinas após 14 anos
Censo visa descobrir quais problemas impedem que a população recebam as vacinas
Foto: Reprodução/ Agência Brasil
Pesquisadores do primeiro censo de vacinas em 14 anos vão até as famílias, de Norte ao Sul do país, para descobrir como anda a cobertura das vacinas no Brasil. Mesmo tendo um dos melhores programas de imunização do mundo, a quantidade de cobertura vacinal tem caído drasticamente.
Metade das vacinas do calendário infantil não alcançou a meta estabelecida desde 2015, inclusive a da poliomielite. Com esse resultado e a pesquisa dos profissionais, serão traçadas estratégias para que esse quadro mude e se torne positivo.
Em entrevista ao O GLOBO, a epidemiologista Carla Domingues, e coordenadora do novo Inquérito de Cobertura Vacinal afirmou que o trabalho será divido em etapas e a primeira será com 3 mil crianças das capitais brasileiras. "A opção foi por nascidos em 2017, pois esse período abarca todo o calendário vacinal infantil, que deve ser concluído aos 2 anos de idade. O critério de seleção das famílias será censitário, com sorteio de endereços.”
“O último inquérito foi realizado em 2007. O Brasil só tem estimativas e precisa urgentemente de dados reais e atualizados porque isso impacta na estratégia de cobertura. A gente não sabe de fato quantas pessoas são vacinadas no país.”
Para ela, a situação é preocupante porque a cobertura vacinal caiu nos últimos quatro anos, e isto inclui a BCG, que protege contra a tuberculose e é aplicada ainda na maternidade. "Isso impressiona muito. O inquérito busca responder o porquê. Temos hipóteses, que atuam juntas. Há problemas de acesso, distribuição e convicção."