Brasil lança iniciativa do combate a fome no grupo de países com maiores economias do mundo
A iniciativa deve ser oficializada no dia 18 de novembro
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O Brasil aderiu na presidência do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, a iniciativa do combate à fome, problema que atinge mais de 700 milhões de pessoas no mundo. A iniciativa, chamada de Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, tem o intuito de reunir recursos e conhecimentos que auxiliem na construção de políticas públicas.
O lançamento oficial da iniciativa está previsto para ocorrer de forma simultânea à Cúpula de Líderes do G20, marcada para começar no dia 18 de novembro. Após o lançamento formal, ela será administrada por uma estrutura internacional com escritórios previstos em Roma; Adis Abeba, na Etiópia; Bangkok, na Tailândia; Brasília; e Washington, nos Estados Unidos.
Com a iniciativa, será disponibilizada uma cesta de políticas que contém em torno de 50 possibilidades de ação contra a fome e a pobreza. As ações devem ser adaptadas aos contextos de cada nação e estão divididas em dez categorias amplas.
Confira quais são as categorias:
Proteção social (como programas de alimentação escolar);
acesso aos serviços básicos (como água potável);
acesso a ativos produtivos (posse de terra, por exemplo);
infraestrutura (mobilidade e informação, por exemplo);
crédito e serviços financeiros;
apoio a pequenos agricultores;
nutrição;
programas integrados (como resiliência climática);
instrumentos transversais (como registro de agricultores);
e financiamento (reformas fiscais).
O planejamento é que seja um trabalho colaborativo, onde todos os membros possam editar, incluir exemplos de políticas bem-sucedidas e sugerir a implementação de uma nova política. Para sugerir uma nova política, é necessário que a nova proposta contemple cinco critérios. São eles: ser instrumento de política bem definido, com escopo claro; poder ser realmente implementado pelos governos; trazer dados que comprovem efetividade; ter foco principalmente nas pessoas em situação de pobreza e fome; e contribuir para alcançar a erradicação da pobreza e a fome zero e agricultura sustentável.
A pesquisa da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) é o principal estudo sobre a fome no mundo. O indicador usado pela FAO é o de subnutrição - condição de um indivíduo que possui consumo habitual de comida insuficiente para manter uma vida normal, ativa e saudável.
Os resultados da pesquisa, apontam que, em 2023, cerca de 9,1% da população mundial estava em situação de subnutrição, o que representa entre 713 milhões e 757 milhões de pessoas. Nos países integrantes do G20, entre 2021 e 2023, o Brasil apresentou um quadro de 8,4 milhões de pessoas subnutridas .
Confira os números de subnutridos dos países do G20 entre 2021 e 2023:
Índia: 194,6 milhões
Brasil: 8,4 milhões
África do Sul: 4,9 milhões
México: 3,9 milhões
Argentina: 1,4 milhão
Arábia Saudita: 1,1 milhão
Os números em países como Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Rússia, Estados Unidos, Canadá, Austrália e Coreia do Sul não foram divulgados por representarem menos de 2,5% da população desses países.
Resistência dos países mais ricos
Por causa dos menores indicies de pobreza e fome em boa parte dos países do G20, existe a dificuldade em projetar colaborações internacionais desses países. A resistência nos países acontece principalmente por possuírem recursos para administrar a situação.