Brasil não aceitou 'jogo' dos EUA e deve insistir em negociações para cessar-fogo em Israel
O texto proposto pelo Brasil chegou a receber 12 votos favoráveis, mas acabou vetado pelo país norte-americano
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A equipe brasileira à frente da presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não aceitou entrar no "jogo" do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e deve insistir na votação da resolução que determina uma pausa humanitária entre Israel e Hamas. As informações são do comentarista da GloboNews, Valdo Cruz.
O texto proposto pelo Brasil chegou a receber 12 votos favoráveis, mais do que o necessário para ser aprovado, mas acabou vetado pelos Estados Unidos. Tanto o país norte-americano, quanto os outros quatro membros do Conselho de Segurança (China, Reino Unido, França e Rússia) têm poder de veto.
O presidente norte-americano não queria que a votação entrasse em pauta enquanto estivesse no país israelense. A estratégia de Biden era tentar fazer negociações diretamente com o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, e acertar um corredor humanitário, evitando medidas contra Israel e um cessar-fogo.
O Brasil se opôs, concordou em adiar a votação de terça (17) para quarta-feira (18), mas não além disso. No final, o bloqueio dos EUA ao texto recebeu críticas quase unânimes no Conselho de Segurança.
Apesar do veto à resolução brasileira, o Brasil, como presidente do Conselho de Segurança da ONU, vai insistir em negociações que discutam um cessar-fogo entre Israel e Hamas e a criação de corredores humanitários.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, viajou para New York, na quarta-feira (18), para presidir um debate aberto de Alto Nível do Conselho de Segurança sobre a temática do Oriente Médio, com discussões sobre o conflito na Palestina, na próxima quarta-feira (24).
