Brasil não consente mais com 'aventuras autoritárias', diz Edson Fachin
Declaração foi feita durante a palestra "Democracia e eleições na América Latina e os desafios das autoridades eleitorais"
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O ministro Luiz Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), disse, durante a palestra "Democracia e eleições na América Latina e os desafios das autoridades eleitorais", que o Brasil não consente mais com "aventuras autoritárias".
O evento, realizado nesta terça-feira (17), é conduzido pelo professor Daniel Zovatto, diretor do Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral.
"O mundo observa, com atenção, o processo eleitoral brasileiro de 2022. Somos, hoje, uma vitrine para os analistas internacionais, e cabe à sociedade brasileira garantir que levaremos aos nossos vizinhos uma mensagem de estabilidade, de paz e segurança, e de que o Brasil não mais aquiesce a aventuras autoritárias", declarou Fachin.
No dia 4 de maio, em discurso no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), Fachin já havia exposto que não se pode transigir com ameaças à democracia. Nas últimas semanas, diante de declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre o sistema eleitoral, agravou-se o clima de tensão institucional.
Na ocasião, Bolsonaro sugeriu, por exemplo, que militares realizassem uma apuração paralela de votos, tese já recusada pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Após o discurso de Fachin, Daniel Zovato alertou que a democracia passa atualmente pelo momento mais crítico, mas que a "integridade eleitoral é a garantidora da legitimidade de origem de qualquer poder democrático".
"Não podemos permanecer em silêncio, não podemos ser indiferentes, não podemos nos dar o luxo de ser neutros", concluiu.