Brasil pode ter de esperar na fila para receber vacina da Índia
Governo indiano estaria sofrendo pressão para dar preferência a países da região
Foto: Divulgação/Ministério da Saúde
Fontes diplomáticas em Brasília confirmam à coluna de Jamil Chade, do UOL que, por enquanto, não existe uma data confirmada para que a Índia possa fornecer os imunizantes ao Brasil. Além do governo de Jair Bolsonaro, outros países também pressionam por acesso aos produtos e uma parcela do governo de Nova Delhi defende que vizinhos asiáticos sejam atendidos antes que qualquer outro país do mundo. O Brasil fechou um acordo milionário com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford para a aquisição da vacina. Mas as doses são produzidas pelo laboratório indiano Serum.
O Itamaraty chegou a anunciar na semana passada que um avião iria até a Índia buscar o material, depois que o presidente Bolsonaro enviou uma carta ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, solicitando a cooperação. Mas o governo indiano enterrou o projeto, alertando que seria "cedo demais" para enviar as vacinas. No instituto Serum, uma das previsões é de que o abastecimento ao Brasil poderia ocorrer apenas no início de fevereiro.
Em Nova Delhi, o jornal Times of India revelou ainda na manhã desta segunda-feira (18) que o governo indiano quer dar prioridade ao abastecimento de vacinas para os países vizinhos na região, incluindo Butão, Bangladesh, Nepal, Mianmar, Sri Lanka, Afeganistão e outros. De acordo com o jornal, fontes do governo indicaram que só depois de um gesto a esses países o governo indiano autorizaria a exportação das doses para outros países pelo mundo.
Além do Brasil, também estão na fila governos da África do Sul, Marrocos e Arábia Saudita. Na semana passada, a Serum indicou que o abastecimento ao Brasil ocorreria em duas semanas. Mas, mesmo dentro da Índia, há uma forte pressão para que os vizinhos sejam atendidos primeiro.