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Saúde

Brasil precisaria de 3.200 novos leitos de UTI no SUS em caso de epidemia do Coronavírus

Das 16 mil vagas em UTI para adultos, 95% estão ocupadas

Por Da Redação
Ás

Brasil precisaria de 3.200 novos leitos de UTI no SUS em caso de epidemia do Coronavírus

Foto: Reprodução

Com um cenário de transmissão comunitária do novo coronavírus no Brasil se avizinhando, segundo avaliação do Ministério da Saúde, os dados sobre disponibilidade de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no país preocupam: dos 16 mil leitos adultos existentes no Sistema Único de Saúde (SUS), 95%, ou 15.200, estão ocupados.

Para suprir a crescente demanda em um cenário de avanço da epidemia no país, a capacidade deveria aumentar 20%, ou seja, seriam necessários ao menos 3.200 novos leitos de UTI. Os números são da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), consolidados por meio do projeto UTIs Brasileiras.

Segundo Ederlon Rezende, membro do conselho consultivo da Amib e coordenador do projeto UTIs Brasileiras, o sistema de saúde pública está no limite.

“Quando temos uma taxa de ocupação média como essa, podemos praticamente assumir que não há leitos disponíveis” — avalia ele, que informa que, na rede privada, a ocupação nacional é de 80% de 16 mil leitos.

Segundo recomendações da OMS e do Ministério da Saúde, explica Rezende, a taxa ideal de disponibilidade é de 10 a 30 leitos de UTI para cada 100 mil habitantes. Hoje, o SUS tem 10 leitos para 100 mil habitantes, porém preocupa a ocupação quase total. Na rede particular, acrescenta, a taxa é de 40 leitos para cada 100 mil habitantes.

“Quando a atenção primária de saúde é boa, como é o caso de países ricos, UTIs podem ser menos necessárias. Mas, quando a saúde primária é ruim, como no Brasil, vamos precisar de mais” — ressalta.

Casos graves de coronavírus — mais frequentes em idosos e pessoas com deficiência de imunidade — necessitam internação em UTI com isolamento respiratório, principalmente pela chance de propagação da doença por gotículas.
O cenário ideal, explica, seria um isolamento com sistema de pressão negativa, quando há aspiração das partículas do ar e menos risco de contaminação:

“Se não há pressão negativa, os pacientes precisam ficar em espaços isolados, sem contato com pessoas não infectadas. Infelizmente, temos um percentual muito pequeno de UTIs preparadas para esse cenário”.

Ainda de acordo com o mapeamento do projeto UTIs Brasileiras, o Brasil possui um ventilador mecânico para cada leito de UTI. Os equipamentos são responsáveis por auxiliar os pacientes em casos de síndrome respiratória aguda, uma evolução grave do coronavírus. A taxa de ocupação do equipamento, segundo Rezende, é de 50% no SUS e de 20% na rede privada.

“Não acredito que vamos ter problemas em relação ao ventilador mecânico. Estamos bem nesse ponto. Além disso, ele não é fixo no leito, e pode ser removido para outro local”, explica.
 

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