Brasil sobe tom em discurso com a ONU e pede que EUA remova embargo econômico a Cuba
De acordo com Mauro, a cobrança vem numa definição em que o Brasil acompanha com "grande preocupação" com a situação no país
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, cobrou nesta terça-feira (29) que os Estados Unidos removam o embargo econômico imposto a Cuba. Vieira cobrou durante um discurso na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA).
De acordo com Mauro, a cobrança vem numa definição em que o Brasil acompanha com "grande preocupação" com a situação no país, que enfrenta uma emergência provocada pela passagem do furacão Oscar.
O caso do embargo imposto a Cuba, empresas americanas e até internacionais podem sofrer sanções por manterem relacionamento com o país caribenho.
"É evidente que as severas sanções impostas injustificadamente a Cuba, tanto pelo embargo como por sua inclusão na lista de 'Estados patrocinadores do terrorismo', contribuíram ainda mais para exacerbar a situação. Essas medidas, que já penalizam injustamente o povo cubano, agora impedem uma adequada resposta à crise humanitária gerada pelo furacão [Oscar]", afirmou Mauro Vieira.
"Por todas essas razões, instamos os Estados Unidos a reconsiderarem sua política sobre Cuba: eliminar as sanções, retirar Cuba da lista dos Estados patrocinadores do terrorismo e fomentar um diálogo construtivo baseado no respeito mútuo e na não interferência", emendou.
O embargo e a lista do terrorismo
O embargo que os EUA impuseram sobre Cuba impede a maioria das trocas comerciais. As duas leis, uma de 1992 e outra de 1996, o governo americano proíbe , por exemplo, a entrega de alimentos ao país caribenho (exceto em casos de ajuda humanitária) e torna passível de punição judicial empresas nacionais e estrangeiras que tenham relações financeiras com a ilha.
Além do mais, em 2021, o então presidente americano Donald Trump decidiu incluir Cuba na lista de países patrocinadores de terrorismo. Antecessor de Trump, Barack Obama havia retirado o país da lista. No momento, o então secretário de Estado, Mike Pompeo, relatou que Cuba havia voltado para a lista por apoiar Nicolás Maduro e assegurar fugitivos dos Estados Unidos, além de colombianos.