Brasil tem maior déficit mensal com os EUA em 2025

Saldo negativo de US$ 1,23 bilhão em agosto marca oitavo mês seguido de déficit nas transações comerciais

Por Da Redação
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Brasil tem maior déficit mensal com os EUA em 2025

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

O Brasil encerrou agosto com déficit de US$ 1,23 bilhão nas transações comerciais com os Estados Unidos, informou nesta quinta-feira (4) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Este é o oitavo mês consecutivo em que as importações de produtos americanos superaram as exportações brasileiras, registrando o maior resultado negativo do ano.

Segundo dados oficiais, as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 2,76 bilhões em agosto, queda de 18,5% em relação ao mesmo período de 2024, enquanto as importações atingiram US$ 3,99 bilhões, alta de 4,6%. O último superávit registrado pelo Brasil ocorreu em dezembro de 2024, com saldo positivo de US$ 468 milhões.

De janeiro a agosto, o déficit acumulado com os EUA alcançou US$ 3,48 bilhões, aumento de 370% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi de US$ 745 milhões. Desde 2009, o Brasil registra déficits sucessivos na relação comercial com os EUA, totalizando US$ 88,61 bilhões em 16 anos.

O cenário foi agravado pelo tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump, aplicado de forma progressiva e culminando em sobretaxa de 50% a partir de 6 de agosto sobre cerca de 36% das exportações brasileiras aos Estados Unidos. Trump justificou a medida com argumentos econômicos, mencionando um suposto déficit com o Brasil,  que não aparece nos dados oficiais, e também apontou questões políticas ligadas ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e a “direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos”, entre outros.

Para mitigar os impactos do tarifaço, o governo brasileiro apresentou em agosto um pacote de medidas que inclui:

  • Linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas, condicionada à manutenção do número de empregos;
  • Seguro à exportação, oferecendo proteção contra inadimplência ou cancelamento de contratos;
  • Diferimento de impostos, permitindo adiar a cobrança de tributos para empresas mais impactadas;
  • Isenção de insumos para exportações, com prorrogação por um ano do prazo para produtos beneficiados pelo regime de drawback;
  • Novo Reintegra, concedendo crédito tributário para desonerar vendas ao exterior;
  • Compras públicas, com União, estados e municípios podendo adquirir produtos para programas de alimentação;
  • Diversificação de mercados, incentivando novos países compradores para os produtos afetados pelo tarifaço.

Especialistas avaliam que o pacote busca reduzir os impactos imediatos sobre a balança comercial e apoiar empresas exportadoras em um momento de forte tensão nas relações econômicas entre Brasil e Estados Unidos.

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